Vários dos popstar do mundo - Ed Sheeran, G-Eazy e Justin Bieber, entre outros - olham para a fórmula blockbuster para garantir o sucesso
Durante anos, críticos, ouvintes e fãs se fazem a mesma pergunta: “o que o DJ Khaled faz de verdade?” Ninguém realmente queria saber a pergunta, porque a resposta sempre teria de ir além. Mas, na verdade, DJ Khaled estava construindo um caminho de sucesso que fizesse certo sentido. Se o disco está minguando, os superstars estão diminuindo, e os hits são cada vez mais imprevisíveis, o excesso somente vira uma estratégia bem pensada.
Mais estrelas. Mais singles. Mais feats. Mais hinos. Mais ganchos. Mais jargões, mídias, memes, marketing, vídeos. E, principalmente: mais parcerias. Khaled ficou anos observando seus inúmeros hits evoluírem enquanto ele percebia os fatos óbvios. Singles com feats vão melhor do que músicas solo, e rappers populares e suas músicas ostentação vão bem. Isso é simples, mas 13 anos depois de seu breakout, a estratégia de corte criada por Khaled agora é empregada pelos principais nomes do pop.
E em lugar nenhum isso fica mais claro do que em No. 6 Collaborations Project, novo disco de Ed Sheeran. O disco de 15 música traz a artimanha que fosse espera de algo que vai virar um grande hit de grande produtora: uma roupagem amigável (como as colabs com Khalid e Justin Bieber), grime ameno (Stormyz) e trap limpo (Travis Scott). E de sua maneira mais sem sentido, o álbum explode em tesão - e de algum modo alguém, não sei quem, deveria ser preso por deixar as letras “ela tem o hmmm, olhos castanhos, coxas caramelo / cabelo longo, sem aliança” chegar no feat de Camila Cabello e Cardi B, “South Border.” De modo semelhante, ouvir o dueto de Ed e Ella Mai , enquanto cantam “Estou aqui para o que você precisar, precisar / Para colocar tudo em mim” como em um mundo alternativo onde Usher é um conceito divertido, mas em uma execução boba. Sheeran é esperto o bastante para unir disparates: essas músicas todas vão entrar na playlist infinita de pop dos streamings e rádio. Sua gentrificação do pop, todas as individualidades dos sub-gêneros que Sheeran adora foram retirados para o consumo em massa.
Justin Bieber, que apareceu no novo disco de Sheeran, também investiu mais e mais em grupos grandes e homogêneos. Desde seu Purpose em 2015, basicamente abandonou seu brilho solo no mundo dos superstar para fazer feats. Billie Eilish, Sheeran, duas faixas com DJ Khaled e Gucci Mane estão na lista de artistas que tocaram com ele. O retorno de Justin para os holofotes parece distante, mas ele manteve seu nome em pauta com vários lançamentos.
Nos últimos anos, outro popstar de nome entrou na teoria de que mais-é-melhor com ótimos resultados. Calvin Harris teve um verão de peso em 2017 graças a Funk Wav Bounces Vol.1,que teve Frank Ocean, Migos, PARTYNEXTDOOR, DRAM, Lil Yachty, Schoolboy Q, Young Thug, Pharrell, Ariana Grande, Travis Scott, Khalid, Nicki Minaj e vários outros.
Maroon 5 se aproximou das paradas nos últimos anos com colabs. “Algo único para esta banda é que sempre olhamos para todos os estilos de música, desde nosso primeiro disco até agora, mas não vimos o rock”, disse Adam Levine, frontman, para Variety. “Não sei onde está o rock. Se está por aqui, ninguém me avisou. Toda a inovação e coisas incríveis que acontecem na música vêm do rap. É melhor do que tudo o mais. Rap é estranho e avant-garde e real, e por isso todos amam.”
Como performance, o método de feats pode mudar a percepção do rapper de sucesso e crítico. G-Eazy, por exemplo. Mesmo que há tempos seja leal à parte comercial, o rapper se consagrou com uma falta de suporte distinta da comunidade do rap. Recentemente, Gerald dominou a arte de transformar sua plataforma de charts como uma vitrine para artistas negros em ascensão. E no remix de “No Limit” de G-Eazy,Cardi-B entregou uma de suas melhores criações, rapidamente desfazendo as ideias de que ela era artista de um hit só.
Em “West Coast”, o artista cedeu os holofotes para novos talentos como Blueface e ALLBLACK, enquanto se encontrava com reis da Califórnia atuais como YG e fazia raps com um sample do clássico de 1996 de Richie Rich, “Let’s Ride”. Antes e durante isso ele colaborou com várias outras lendas regionais: Juicy J, Juvenile, E-40, Snoop Dogg. E o resultado mais surpreendente é que G-Eazy frequentemente provou que é adepto de tirar seus compatriotas (ou pelo menos manter ambos) do rap. É uma estratégia que lhe rendeu hits, mas também respeito.
Depois de quase uma década de questionar o que DJ Khaled faz, a resposta agora é clara. Pegando a rota mais óbvia para o sucesso para ele - mais, mais, mais - ele fez barulho e influenciou como a música pop é feita hoje.
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