Lenda do jazz morreu em 1967, em decorrência de câncer de fígado, aos 40 anos
Uma rara entrevista concedida pelo saxofonista e lenda do jazz John Coltrane em 1966, menos de um ano antes dele morrer, vítima de câncer de fígado, foi transformada em desenho animado.
Caetano e Gil farão show conjunto no Festival de Jazz de Montreux, na Suíça.
Trata-se de mais uma produção do projeto Blank on Blank da PBS, no qual conversas com ícones como Lou Reed, B.B King, Michael Jackson, John Lennon e Yoko Ono, Tupac Shakur e Jim Morrison já ganharam versões especiais.
Orrin Keepnews, produtor de jazz quatro vezes ganhador do Grammy, morre aos 91 anos.
Nesta última edição, Coltrane fala com Frank Kofsky, da KPFK. O papo se inicia com amenidades, o músico comentando a vida pacata, afastada da cidade.
Ao contar sobre como tinha instrumentos bem ao lado da cama para tocar na hora em que bem entendesse, Coltrane cita o processo de criação dele. “Eu descobri que somente quando algo está para aparecer eu realmente pratico. E aí, não sei por quantas horas. É o dia inteiro”.
Em determinado momento, Kofsky cita um discurso do ativista da causa negra Malcom X então acompanhado pelo saxofonista, que disse ter se impressionado com o militante. Perguntado se a música dele tinha alguma relação com as ideias de Malcom X, ele responde:
“A música sendo uma expressão do coração humano, do ser humano, expressa exatamente o que está acontecendo em determinado momento. Todas a experiência humana naquele instante em particular está sendo expressada”.
“Em qualquer situação em que encontramos nossas vidas, onde existe alguma coisa que sentimos que pode ser melhor, devemos fazer um esforço para tentar melhorar. Então, é o mesmo socialmente, politicamente e em qualquer departamento de nossas vidas. Acho que a música é um instrumento. Ela pode criar o modelo de pensamento inicial que pode mudar a mentalidade das pessoas. Eu quero ser uma força pelo bem. Eu quero ser uma força pelo verdadeiro bem”, diz ainda Coltrane ao longo da entrevista.