Relembre a trajetória de Amácio Mazzaropi, o eterno Jeca Tatu

O ator nasceu há exatamente 109 anos, no dia 9 de abril, e deixou um legado na comédia brasileira

Vitória Campos (sob supervisão de Yolanda Reis)

Publicado em 09/04/2021, às 19h34
Amácio Mazzaropi (Foto: LuisK79 / Wikimedia Commons)
Amácio Mazzaropi (Foto: LuisK79 / Wikimedia Commons)

Amácio Mazzaropi marcou o cinema nacional com as comédias com cara de fazenda e do interior. Conhecido como o caipira Jeca Tatu, foi um dos maiores atores do Brasil e participou de 32 produções ao longo da vida. Com a importância de seus filmes, livrou a Companhia Cinematográfica Vera Cruz das dívidas e fundou a própria produtora. 

Nasceu em 1912, em São Paulo, mas logo se mudou para Taubaté, interior do estado. Era filho de Bernardo Mazzaropi, imigrante italiano, e de Clara Ferreira. Boa parte de sua inspiração na carreira veio do avô materno, quem o apresentou a vida caipira. 

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O ator começou a se envolver com as artes quando entrou para o circo durante a adolescência. A atitude não agradou a família e, com isso, foi obrigado a se afastar das atividades. Porém, o sonho de Mazzaropi era maior, e entrou para o Circo La Paz em São Paulo. A vida de espetáculo não era fácil e, sem dinheiro, precisou voltar para a casa dos pais. 


Começo de um império

Mazzaropi estreou nos palcos com A Herança do Padre João. Em 1935, começou uma turnê com a própria companhia, conhecida como Troupe Mazzaropi, e percorreu inúmeras cidades do estado de São Paulo até chegar à capital. Conforme ficou mais conhecido, começou um programa na Rádio Tupi

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Além de rádio e teatro, partiu para uma nova área: o cinema. Interpretando o motorista de caminhão, Isidoro, em Sai da Frente (1952), estreou nas telonas e, com o longa, melhorou as condições financeiras da Companhia Cinematográfica Vera Cruz. Posteriormente, fundou a PAM Filmes (Produções Amácio Mazzaropi), responsável por produzir e distribuir os filmes dele.


A paixão pelo cinema

Mazzaropi em Jeca Tatu (Foto: Reprodução)

No auge da fama, foi convidado por Boni (quem depois comandou a Rede Globo), para realizar um programa de variedades em 1959. Com o término da atração, começou a produzir seu filme de maior sucesso: Jeca Tatu.

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Na comédia de 1959, dirigida por Milton Amaral, Mazzaropi interpreta Jeca Tatu, caipira simples e preguiçoso do interior de São Paulo. Vive brigando com um latifundiário italiano, seu possível futuro genro. O personagem foi baseado em uma criação de Monteiro Lobato e consagrou a carreira do ator. 

Nos anos 1960, o cinema passou por transformações e passou a ser colorido. Mazzaropi não ficou de fora das tendências. Em 1961, estreou Tristeza do Jeca; o longa foi o primeiro exibido em cores na televisão brasileira.

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Posteriormente, lançou O Corintiano (1966), o qual arrecadou muito nas bilheterias nacionais. A comédia mostra a vida de Mané, barbeiro torcedor do Corinthians, quem vive brigando com os vizinhos e com a filha que sonhava em ser bailarina.

Mazzaropi em O Corintiano (Foto: Reprodução)

Mazzaropi participou de 32 filmes ao longo da vida. Nunca se esqueceu das raízes, pois voltou a Taubaté para criar um estúdio cinematográfico e uma oficina de cenografia como um incentivo para o cinema nacional. 

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O ator teve cinco filhos adotivos, mas não se casou. Morreu em 1981, aos 89 anos, devido a um câncer de medula óssea. Mesmo após partir, deixou um legado no humor brasileiro, mostrou como era dedicado a inúmeros estilos de artes e conseguiu construir um império do zero.


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