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Ringo Starr repete show variado ao lado da All-Starr Band em São Paulo

Baterista dá espaço a ex-integrantes do Santana, Toto e Mr. Mister, e canta clássicos dos Beatles

Lucas Brêda Publicado em 27/02/2015, às 03h15 - Atualizado às 03h35

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Ringo Starr em São Paulo - Teresa Lamboglia/Divulgação
Ringo Starr em São Paulo - Teresa Lamboglia/Divulgação

A alta frequência das recentes passagens dos ex-beatles sobreviventes pelo Brasil certamente têm diminuído a aura sobre as turnês atuais deles. No caso de Ringo Starr, ainda há um agravante, a mais recente versão da All-Starr Band (que o acompanha) é um apanhado de ex-integrantes de bandas como Santana, Toto e Mr. Mister, que enchem o show de hits, mas trazem uma diversidade que mais desagrada do que convida o fã dos Beatles.

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Em apresentação no HSBC Brasil, em São Paulo, na noite da última quinta, 26, o ex-baterista do Fab Four teve ao lado a mesma All-Starr Band que o acompanhou na passagem pelo Brasil em outubro de 2013. Steve Lukather (guitarrista do Toto), Gregg Rolie (tecladista da fase clássica do Santana) e o guitarrista e cantor Todd Rundgren se juntam a Richard Page (ex-baixista do Mr. Mister), ao baterista Gregg Bissonette e ao saxofonista Mark Rivera.

Sem um novo disco de inéditas para promover – o último trabalho é Ringo 2012, de 2012, e o próximo, Postcards From Paradise, chega às lojas em 31 de março deste ano –, Starr encarou uma plateia longe de estar lotada com as tradicionais faixas dos Beatles cantadas por ele, alguns dos mais recentes singles da carreira solo dele e uma enxurrada de canções dos integrantes da All-Starr Band.

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O show começou às 22h – com boa parte do público ainda do lado de fora da casa – com “Matchbox”, cover de Carl Perkins que os Beatles tocavam, e “It Don’t Come Easy” (single de 1971). Starr mostrou-se como sempre entusiasmado, dançando com todo o carisma que lhe é nato e pondo de pé até quem estava sentado nos camarotes. Em seguida, ele deu espaço para Ringo 2012, com a balada regueira “Wings” (que já havia sido lançada em 1977 e ganhou nova versão).

A partir de então, o protagonista de Help! foi ao banco que lhe consagrou: o da bateria. Aos 74 anos, entretanto, Starr trabalha com as baquetas mais para fazer uma espécie de “base” para Gregg Bissonette, com os tambores em volume mais baixo, sem arriscar viradas e pouco visitando os pratos.

A All-Starr Band começou a desfilar os hits das bandas originais de seus integrantes: Todd Rundgren comandou “I Saw the Light” e “Bang the Drum All Day”; Gregg Rolie puxou clássicos do Santana como “Evil Ways”, “Black Magic Woman” e “Oye Como Va”; Steve Lukather (com ajuda e Richard Page) deu voz a “Rosanna”, “Afrika” e “Hold the Line”, todas do Toto; Page reviveu o Mr. Mister com “Kyrie” e “Broken Wings” e ainda tocou a acústica “You Are Mine” (com Starr no cajón).

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A diversidade grande entre as músicas foi sentida principalmente pelos que estampavam camisetas e bandeiras com imagens dos Beatles, à espera de algum clássico da década de 1960. Enquanto isso, a animação e movimentação por todo o palco da All-Starr Band fazia a felicidade dos saudosos dos anos 1980, além dos admiradores de Santana. As performances ganham solos extensos, principalmente os de guitarra, de Steve Lukather, que frequentemente se perdiam entre o virtuosismo e o exagero.

Ao fundo, distribuindo sorrisos e se concentrando para não perder o ritmo, Ringo Starr figurava no ponto mais alto no palco. Distante das músicas entoadas pela All-Starr Band, ele mostrava o jeito de tocar desengonçado e displicente, tão genial quanto fundamental para o som dos Beatles.

De trás da bateria, ele cantou “Boys” (cover inclusa no álbum de estreia do quarteto de Liverpool, Please Please Me, de 1963), para trazer de volta a plateia por completo ao show. Fazendo uma ponta no teclado, ele mandou “Don't Pass Me By” (The Beatles, 1968), ocasião em que pegou e brincou com um boneco – uma miniatura dele mesmo – atirado da plateia.

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Após um grito extremamente alto de “Vai, Corinthians!”, de alguém na plateia, Starr mostrou porque é conhecido pela irreverência e carisma. Ele respondeu: “Cale a boca! Agora, eu estou falando!”, levando todos ao riso. “Se não souberem cantar essa música, você está no lugar errado”, disse, em seguida. Veio “Yellow Submarine”, decorada com balões amarelos por parte do público, e um momento de festa entoado a plenos pulmões.

De faixas relacionadas aos Beatles, ele ainda tocou “Honey Don’t” (cover de Carl Perkins lançada em Beatles for Sale, de 1964), “Photograph” (de George Harrison), “Act Naturally” (outra cover lançada pelo Fab Four em Help!, 1965) e, é claro, a derradeira e sempre tocante “With a Little Help From My Friends”, que ganha extensão com “Give Peace a Chance”, de John Lennon. A ausência mais sentida é “Octopus's Garden”, que Starr deu voz no disco Abbey Road (1969).

Ringo Starr ainda leva esta apresentação ao Rio de Janeiro, na passagem pelo Brasil. Ele toca na capital fluminense nesta sexta, 27.

Ringo no Rio de Janeiro

Dia 27 de fevereiro

Local: Vivo Rio - Avenida Infante Dom Henrique, 85 - Parque do Flamengo