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Festival do Rio 2013: Pussy Riot – A Punk Prayer acompanha julgamento do grupo feminista russo

A banda chamou atenção mundialmente após apresentação/protesto improvisado em um templo ortodoxo

Paulo Gadioli, do Rio de Janeiro Publicado em 04/10/2013, às 14h25 - Atualizado às 14h44

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Pussy Riot - AP
Pussy Riot - AP

Em 2012, uma performance realizada na Catedral de Cristo Salvador, local sagrado para a igreja ortodoxa russo, levou três integrantes do grupo punk feminista Pussy Riot a julgamento. Gritando a plenos pulmões contra o presidente Vladimir Putin e a união entre estado e igreja, Maria, Yekaterina e Nadezhda foram detidas e teve inicio um caso que repercutiu ao redor do mundo. O comportado documentário Pussy Riot – A Punk Prayer mostra o antes, durante e depois do julgamento, tentando explorar a individualidade das integrantes e a real importância do evento.

Embora não apareçam em entrevistas diretas, as três mulheres se fazem ouvir por meio de suas considerações durante ou no final do julgamento. Os diretores Mike Lerner e Maxim Pozdorovkin mantêm os discursos praticamente na íntegra, fazendo deles monólogos que nos levam a compreender melhor as razões e o funcionamento da cabeça de cada uma dessas pessoas.

Nestes aprofundamentos, membros da família servem como guias, mostrando fotos antigas e relembrando o passado das meninas. É interessante pois está aí o primeiro ponto de choque: como a arte performática das Pussy Riot é direta e crua, muitos de seus próprios familiares não entendem e preferem não opinar sobre o assunto.

São mostrados, por exemplo, atividades anteriores de Maria e Nadezhda. As duas faziam parte de um coletivo que, em uma de suas instalações, promovia beijos na boca de policiais – pegos de surpresa - em locais públicos. Em outro momento vemos Nadezhda em um polêmico ato no museu de biologia onde ela, grávida, fazia sexo com seu marido, ao lado de outros casais, aos olhos do público, satirizando uma lei a respeito da natalidade que havia sido recém-aprovada.

Todos estes atos não são bem vistos pela tradicional sociedade russa, ainda mais pelos ortodoxos, pessoalmente ofendidos e irritados com o que aconteceu na igreja. Um dos melhores momentos do filme é quando entram em cena os “Carregadores da Cruz”, fieis fervorosos que mais parecem uma gangue de motoqueiros. Eles formam a linha de frente no protesto às Pussy Riot e ao que eles consideram uma subversão do modo de vida tradicional.

Entre entrevistas particulares e extensos registros do tribunal, Pussy Riot: A Punk Prayer é um bom campo de estudo e reflexão tanto sobre o propósito e a forma da arte como a respeito da dura repressão sofrida pelas garotas - duas delas presas até hoje - e o assustador crescimento do conservadorismo na Rússia de Putin.

Confira os horários de exibição de Pussy Riot: A Punk Prayer no Festival do Rio:

Sexta,4/10, às 20h, no Estação Vivo Gávea 5

Quarta, 9/10, às 19h15, no São Luiz 4

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