Tidal, plataforma de Jay Z, pede ao tribunal do Minnesota para aplicar acordo de exclusividade que Prince teria feito com o serviço de streaming
Roc Nation, gravadora de Jay Z, e a família de Prince estão disputando o destino do catálogo do cantor e a respeito de um acordo de exclusividade dele com serviço de streaming Tidal.
Em documentos providos ao tribunal do Minnesota, estado norte-americano, nos últimos meses, ambos os lados reivindicam o catálogo, que foi disponibilizado exclusivamente no serviço de streaming de Jay Z desde que Prince removeu o catálogo dele de todos os outros serviços em julho de 2015.
No requerimento da Roc Nation, provido na última sexta, 11, e obtido pela Rolling Stone EUA, a empresa pediu ao tribunal para aplicar o que seria um acordo com Prince sobre o catálogo digital dele, além de “acesso à informação sobre a Bremer”, que administra o patrimônio de Prince, e as “transações de negócios” do banco.
Um requerimento atualizado seguiu o patrimônio de Prince para trazer as publicações internas, e portanto os direitos ao catálogo de Prince, para a Universal Music como parte de uma nova parceria. Esse acordo, segundo ao site da revista Billboard, ameaçaria os direitos exclusivos do Tidal ao catálogo de Prince, já que a Universal e a família de Prince prefeririam ter a música do cantor em outros serviços de streaming para maximizar o lucro.
De acordo com o TMZ, a família de Prince proveu um requerimento separado acusando a Roc Nation e o Tidal de disponibilizar os 15 álbuns de Prince sem autorização, contrariando o acordo inicial com o músico.
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No dia 7 de junho, no que teria sido o aniversário de 58 anos de Prince, o Tidal adicionou 15 álbuns menos conhecidos do catálogo de Prince – incluindo o Black Album e Crystal Ball – assim como LPs do período "Artist Formerly Known As" do cantor, álbuns ao vivo, a trilha sonora de Girl 6 e dois novos álbuns do New Power Generation.
Adicionalmente, o requerimento da família de Prince afirma que eles não encontraram prova de que o Tidal teria pagado US$ 750 mil antecipados, que o serviço prometeu em troca do LP do Prince exclusivo à Tidal, Hit N Run: Phase One. Uma fonte ligada à família de Prince disse à Rolling Stone EUA que não fora encontrada nenhuma papelada provando que Prince teve um contrato com o Tidal. O requerimento em nome do patrimônio de Prince procura “negar qualquer alegação de relacionamento contratual com o Tidal”, a fonte disse. Quando quesionado sobre a existência de um contrato, um representante do Tidal indicou à Rolling Stone EUA o requerimento da empresa (abaixo), traçando os termos do acordo.
Sob os termos do acordo inicial do Tidal com o Prince, o serviço disse que eles foram prometidos direitos de streaming dos dois próximos LPs de Prince – Hit N Run: Phase One e Hit N Run: Phase Two –, além de um álbum cheio não lançado adicional e exclusividade de streaming do catálogo de Prince previamente lançado.
Em junho de 2015, depois que Prince fez o acordo com o Tidal, o cantor disse em uma declaração: “Depois de uma reunião, ficou óbvio que Jay Z e a equipe que ele reuniu no Tidal reconhecem e aclamam o esforço que músicos de verdade colocam na sua arte para atingir o melhor que eles podem nesta época crucial na indústria da música. O Tidal nos honrou com um acordo não restritivo, que mais uma vez nos permite continuar fazendo arte da maneira com a qual nos acostumamos, e nós somos extremamente gratos pelo generoso apoio.”
Um representante da Stinson Leonard, o escritório de advocacia representando o banco Bremer Trust, que administra o patrimônio de Prince, não respondeu a inúmeros pedidos para comentário. Um representante de Jay Z se recusou a comentar.
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