O simpático Nameless Ghoul que toca guitarra na performática banda sueca Ghost diz que o principal objetivo deles é “ter o rock encontrando o teatro a maior parte do tempo”. O grupo se apresenta travestido de personagens e não revela nunca suas identidades (são cinco ghouls – criaturas da mitologia árabe – e o papa Emeritus II, líder e vocalista). “Escolhemos quando somos astros do rock e quando não somos”, diz o “sem nome” sobre o anonimato. "Os outros rockstar não têm essa oportunidade de sair do personagem em nenhum momento. Quem se joga muito de cabeça nessa de ser rockstar acaba se tornando um idiota", afirma. "Estar em uma banda tão temática facilita entender quem é você profissionalmente e quem é pessoalmente".
O mais recente disco da banda, Infestissumam, o segundo da carreira, dividiu os fãs, que acreditam que a banda "amoleceu" um pouco de um trabalho para o outro. O guitarrista parece não se importar muito com isso e diz que é fato que o som da banda mudou mesmo. "O primeiro trabalho foi mais conciso, talvez; o segundo mais elaborado."
A encenação do Ghost no palco recria “um evento solene que dê a ideia e a sensação de religião”, define o guitarrista, explicando que a intenção é que o público veja o papa como “uma presença divina”. Os músicos, acostumados a suar debaixo das máscaras, fazem um show surpreendente, que inclui covers inusitados, como o de “I’m a Marionette”, da conterrânea Abba.
Ghost no Rock in Rio
Palco Mundo
19/9, às 20h30