No Palco Sunset, os encontros entre Nile Rodgers e Chic, e Johnny Hooker, Liniker e Almério somaram ao line-up do último domingo, 17
A diferença foi clara para quem visitou a Cidade do Rock no terceiro dia, após passar por lá na data anterior: o evento estava muito mais agradável para o público. O domingo, 17, estava menos cheio que o último sábado, 16, apesar de os ingressos estarem igualmente esgotados há tempos. O clima também decidiu dar uma trégua e, quando o sol se escondeu, foi possível até mesmo tirar a jaqueta da mochila.
Mas, às 16h30, a temperatura do Palco Sunset atingiu as máximas. Com um macacão de paetês que remetia a Freddie Mercury, Johnny Hooker entrou cantando performaticamente “Touro”, antes de convidar Liniker para se juntar a ele. Em dueto, os dois uniram vocais e bocas, com um beijo marcando a política “Flutua”, que arrancou lágrimas da plateia ao exibir no telão que “uma pessoa LGBT morre no Brasil a cada 25 horas”. A mensagem que ficou da necessária apresentação compartilhada pelos três artistas, Hooker, Liniker e Almério, foi: “Amar sem temer”.
Justin Timberlake faz pop sem apelação para público difuso do festival
E este não foi o único show épico do Sunset. Às 18h, a lenda do groove, Nile Rodgers, entrou já dedicando a apresentação à amiga Lady Gaga, que cancelou a participação às vésperas do festival. Acompanhado pelo Chic, grupo com o qual ganhou notoriedade, o guitarrista colocou a plateia lotada para dançar de maneira sem precedentes no festival, ostentando um "pouco" do currículo dele: “Like a Virgin” (Madonna), “Let’s Dance” (David Bowie) e “Get Lucky” (megahit do Daft Punk), entre muitos outros hits cocompostos por ele.
Já no Palco Mundo, Frejat intercalou momentos mais roqueiros e acústicos. No começo, ele disse que mostraria um show inédito, mas se baseou em hits mais que conhecidos do público, como “O Poeta Está Vivo”, “Por Você” e “Amor Pra Recomeçar”. De novo mesmo, apenas uma música recém-lançada, o pop rock “Tudo se Transforma”. O final foi estrondosamente celebrado, com “Exagerado” e “Pro Dia Nascer Feliz” gritadas pelas dezenas de milhares de vozes no Parque Olímpico.
Alicia Keys foi simplesmente estonteante no palco principal. A cantora esbanjou não só talento, mas também pluralidade em uma performance cheia de hits – os maiores foram “Girl On Fire”, “No One” e “Empire State of Mind”, originalmente uma parceria com Jay-Z – e com discursos coerentes sobre as mulheres e a causa ambiental. A apresentação contou também com participações nacionais: Pretinho da Serrinha na percussão e a líder indígena Sonia Guajajara, que comandou o grito contra a extinção da reserva mineral na Amazônia em “Kill Your Mama”, além do Dreamteam do Passinho, que apareceu na hora de “In Common”. Teve também homenagem ao finado Prince, com “How Come U Don’t Call Me Anymore?”.
Fechando o dia, Justin Timberlake dominou o palco em outra apresentação impecável em termos de produção. Carisma foi a palavra principal, já que ele fez questão de conversar, descer na plateia para tirar foto e, enrolado em uma bandeira do Brasil, ficar com os olhos cheios de lágrimas no encerramento. Mas, assim como aconteceu durante a apresentação de Alicia, o público heterogêneo do Rock in Rio, que busca mais uma experiência que um show, não respondeu à altura. Apesar do peso de faixas como “Summer Love” e “Señorita” na carreira de Timberlake, as músicas que realmente levantaram gritos foram as mais recentes: “Can’t Stop the Feeling” e “Mirrors”.
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