Ela brilhou com um macacão de paetês já no momento em que entrou, acompanhada por quatro homens que a carregaram enquanto ela permanecia sentada em uma poltrona digna da realeza.
Anna Mota, do Rio de Janeiro Publicado em 16/09/2017, às 23h51 - Atualizado em 17/09/2017, às 02h30
O Rock in Rio 2017 continua acertando na promoção de interessantes encontros da música brasileira no palco Sunset. Após receber Céu e Boogarins na data de estreia, o público que esgotou os ingressos deste sábado, 17, chegou mais cedo para receber Rael no palco paralelo.
O rapper comandou uma apresentação cheia de ginga. Começou com a motivacional "Ser Feliz", que ditou o clima "good vibes" da performance. O público se mostrou engajado em hits como "Ela Me Faz" e "Envolvidão" e se alegrou quando Rael apostou em uma sequência plural de covers, cantando "Sina", de Djavan, "My Girl", do The Temptations, e "Kinky Reggae", de Bob Marley.
Mas o show teve o nível elevado a partir da épica entrada de Elza Soares. Ovacionada, ela brilhou com um macacão de paetês já no momento em que entrou, acompanhada por quatro homens que a carregaram enquanto ela permanecia sentada em uma poltrona digna da realeza.
Elza manteve a agitação do show, mas trouxe algo extra necessário: uma fala política e consciente para o público que, até então, estava preocupado apenas com o quente sol do final de tarde do Rio de Janeiro. Já na primeira música, comandou o coro que entoava e refletia "a carne mais barata do mercado é a carne negra". Depois, continuou com um hino em repúdio à agressão contra a mulher, "Maria da Vila Matilde", para terminar com a faixa que dá nome ao mais recente disco dela, A Mulher do Fim do Mundo.
Após a saída de Elza, Rael ainda arriscou uma última música, "Quem Tem Fé". Mas a tentativa se mostrou fraca, já que a cantora saiu e levou junto grande parte do público, que "deixou buracos" na plateia e partiu para o Palco Mundo, que logo daria início às atrações com o show do Skank.
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