Vocalista iniciou série de show que passará pela América do Norte e pela Europa
O The Who iniciou nesta semana a perna de 2015 da turnê de aniversário de 50 anos da banda e, dias antes, o vocalista Roger Daltrey conversou com a Rolling Stone EUA para explicar que esse deve ser o começo do fim.
Relembre grandes momentos do Woodstock – como o show do The Who –, que completa 45 anos.
“Eu sei que esse é a última grande turnê que faremos. Temos que ser realistas. Quero que a gente pare no topo do nosso jogo, quando ainda somos bons no que fazemos. A qualidade da música é realmente o que importa”, disse ele.
The Who toca “A Quick One, While He’s Away” ao vivo depois de 44 anos; ouça.
Desde que a banda foi reformulada em 1989, os shows deram atenção ao vasto catálogo de hits ou a álbum completos como Tommy e Quadrophenia.
Eddie Vedder, Liam Gallagher, entre outros, participam de tributo ao The Who; assista a trechos.
Os próximos concertos também privilegiarão sucessos, mas serão tocadas músicas menos famosas, como "So Sad About Us," "I Can See For Miles," "Pictures of Lily," "Slip Kid" e "A Quick One, While He's Away", que não têm sido apresentadas há anos.
The Who: “Temos uma música e vamos fazer um álbum inteiro”, diz vocalista.
“Temos músicas que se não tocarmos, 85% a 90% do público ficará desapontado. Mas estamos cantando algumas mais obscuras para os fãs hardcore”.
Aos 71 anos, Daltrey conta como se prepara para o roteiro com Pete Townshend e cia que, só neste ano, contemplará inúmeros destinos dos Estados Unidos e Canadá e também passará por Reino Unido, Irlanda, França, Holanda.
“Mantenho a voz para ter a minha melhor performance. Você tem que torcer para que o corpo aguente. Os show são o lado prazeroso, fazemos os shows de graça. Somos pagos pelas viagens e pelo esforço. Essa é a parte árdua. Estamos longe das nossas famílias, em uma cama diferente a cada noite. Os ossos já não esquecem mais como antes!”
Coletânea do The Who terá a primeira faixa inédita em oito anos.
“Mas minha voz está ótima, minhas cordas vocais estão melhoras agora do que nunca. Eu realmente tenho prazer em tocar. Tem alguma coisa em olhar no final do telescópio e ver um potencial fim. Traz mais alegria quando canto as músicas porque pode ser a última vez. Sempre tentei cantar como se fosse a primeira vez, agora, canto o que pode ser a última”.
Para Roger Daltrey, “não há raiva suficiente” na música atual.
Outro prazer do vocalista está em contemplar a variedade das plateias do Who hoje em dia. Ele mesmo, aliás, tem se sentido mais jovem.
The Who: Guitarra de Pete Townshend e bateria de Keith Moon são leiloadas.
“É ótimo ver uma plateia que vai de netos a filhos dos nossos fãs originais junto com nossos fãs originais em um show de rock. Quando começamos, eram todos adolescentes ou pessoas no início dos 20 anos. Hoje tem gente de 8 com gente de 80. Tenho orgulho disso. Sempre acreditamos que música poderia unir as pessoas, mas essa demografia em um show não existia 50 anos atrás”.
“Sinto-me com 71, mas se fecho meus olhos, tenho 21”, Daltrey diz, rindo. “Eu tento evitar o espelho. Obviamente, espero estar mais sábio, menos arrogante. Claro que você sente diferença, mas a vida é uma alegria. Tenho consciência de que tive uma vida de privilégios graças ao meio musical e ao apoio do público”.