Músico se defendeu após ser taxado de antissemita pelo radialista Howard Stern
Indivíduos que, como Roger Waters, são críticos ao governo de Israel muitas vezes têm de lidar com o rótulo de antissemita pelos defensores da nação sionista. Em entrevista que faz parte do DVD da turnê de The Wall, Waters explica os argumentos que permeiam a decisão dele em propor um boicote cultural ao estado israelense.
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“Trata-se de uma situação similar à luta por direitos civis nos Estados Unidos”, conta o músico. “E a África do Sul antes de Nelson Mandela. Todos sabíamos da importância de um boicote cultural e esportivo ao regime de apartheid na África do Sul. O mundo se organizou ante ao absurdo proposto por um governo que defendia uma supremacia racial, oprimindo a população negra daquele país”.
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O músico ainda esclarece que não se trata de um posicionamento de motivação religiosa, mas de cunho político, já que o alvo das críticas é o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. “Não é algo sobre a população de Israel ou sobre os judeus e sobre a religião. Nunca incitaria o ódio contra eles. Na realidade, a população de Israel é personagem importante, pois são cidadãos ativos e acreditam em mudanças nas políticas do governo”.
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O músico foi alvo de recentes críticas do radialista norte-americano Howard Stern. “Israel é um pequeno país que incomoda muito a Roger Waters”, disse Stern. “Pra onde você quer mandar os judeus, Roger? Pra onde você quer que eles se mudem? Vocês os quer de volta em campos de concentração?”.
Em resposta, Waters não se preocupou em replicar a acusação. “Não gastaria saliva com esse imbecil, e eu já o fiz. E foi o último. Vamos seguir”, disse o músico.