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Frejat esquentou o coração dos paulistanos com um show cheio de hits na Rolling Stone Music & Run

Só em São Paulo, esta já foi a sétima edição do evento

Redação Publicado em 20/05/2018, às 03h12 - Atualizado em 29/05/2018, às 17h51

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Frejat na sétima edição paulistana da Rolling Stone Music & Run - Fernando Pires
Frejat na sétima edição paulistana da Rolling Stone Music & Run - Fernando Pires

Neste sábado, 19, aconteceu uma das edições mais geladas da Rolling Stone Music & Run. Mais uma vez realizada no sambódromo do Anhembi, a prova, que chegou à sua sétima ocorrência só na capital paulista, pareceu uma boa ideia para todo mundo que estava encarando o vento frio que soprava na zona norte da cidade: nada como um pouco de atividade física para espantar o frio. E, para somar ao exercício, a nossa já tradicional finalização, com o show de algum ícone da música nacional mais open bar de cerveja, ajudou a encerrar a noite dos atletas.

Frejat foi o escolhido da vez. Ele subiu ao palco cantando “Puro Êxtase”, a perfeita tradução de como ele deixou o público, as sete mil pessoas presentes no Sambódromo do Anhembi. A música, que nasceu na época em que o cantor era integrante do Barão Vermelho, fez todos dançarem. Logo em seguida ele já emendou “Pense e Dance” e “Pedra, Flor e Espinho”, também do bem-sucedido grupo de rock nacional.

“Boa noite a todos! Espero que tenham corrido e se divertido! Agora a hora é de dançar e se divertir ainda mais!”, disse Frejat, antes de anunciar a música “Ideologia”, uma parceria com Cazuza. A turnê atual de Frejat marca a primeira vez em que ele canta “Ideologia”, famosa faixa lançada por Cazuza em carreira solo (apesar de composta pela dupla) nos anos 1980. “Eu encanava com uma frase da letra – 'meus heróis morreram de overdose’ –, mas consegui resolver agora”, explicou Frejat, minutos depois do show, em entrevista à Rolling Stone Brasil. “Eu não tenho heróis, não tenho essa relação de idolatria. O Cazuza tinha. Consegui resolver cantando 'seus heróis morreram de overdose’, fazendo analogia com 'o garoto que queria mudar o mundo’”.

Ele também contou que já se apresentou em um evento com corrida como a RS Music & Run, só que em condições diferentes. “Era de dia, com o Barão Vermelho, acho que há mais de dez anos, o pessoal chegava da corrida e via o show. Acho que à noite o show só ganha, tem a iluminação, tem mais magia”, disse o cantor. “As pessoas não se soltam na corrida como se soltam no show. Foi legal porque descontrai, quem está em volta se anima também. E hoje não tinha essa coisa de 'roupa leve’, porque estava frio pra caramba.”

Trajando roupas pretas com um casaco de veludo cinza, Frejat trocou de cachecol durante o show, começou com um, mas acabou pausando as festividades para vestir outro, mais grosso. “Desculpa, tem que proteger o gogó, ou não rola!”. Parece que ele o tem protegido muito bem nesses anos todos, pois manteve o vozeirão potente por todo o show. O ex-vocalista do Barão Vermelho comemora o aniversário dele nesta segunda, 21, e completa 56 anos com toda a disposição para cantar, dançar e rebolar durante a apresentação, mesmo que fizesse só 17ºC.

O show da turnê Tudo Se Transforma seguiu com um setlist de clássicos, “o famoso old school”, como disse o Frejat. Teve lugar para uma cover, de Tim Maia, “Me Dê Motivos”. Depois, o artista pegou um violão “para esquentar, tipo fogueira”, ele brincou, e passou por diversos sucessos carreira. Ele emocionou todos os presentes com faixas como “O Poeta Está Vivo”, “Codinome Beija-Flor”, “Segredos”, “Por Você” (que até mudou a letra, Rio de Janeiro virou São Paulo) e “Amor Pra Recomeçar”. Em “Bete Balanço”, o sempre presente rebolado dele ganhou mais destaque. Frejat também cantou “Malandragem”, composição do cantor com Cazuza que foi imortalizada pela voz de Cássia Eller.

A apresentação acabou com “Exagerado” e “Pro Dia Nascer Feliz”. Frejat provou que é um dos maiores astros do rock nacional e que mantém um show cheio de hits como poucos sabem fazer. O público foi embora ao final, já depois de 0h, com vontade de que pudesse permanecer na Arena Rolling Stone para, ao lado de Frejat, ver o dia nascer feliz.

Antes do cantor entrar em cena, a presença já tradicional do Warriors, para aquecer os corredores, se fez ainda mais necessária, por causa do já mencionado frio. Quando a banda começou, ainda havia resquícios de uma chuva, mas isso não impediu que a banda empolgasse com seu repertório de classic rock. Os músicos subiram ao palco já com os primeiros acordes de “A Hard Day’s Night”, dos Beatles, e fizeram um show marcante, com um setlist escolhido a dedo para agradar.

O vocalista Leo Beling, que também lidera o Republica, manteve um vocal poderoso em todos os gêneros de rock que o Warriors cobre. O show teve uma inesperada homenagem a Chris Cornell (esta semana completou uma semana da morte dele), com uma cover de “Like a Stone”; brincadeiras com o pessoal das corridas de 10k, (“Vocês sabem correr, né? Não quero ver ninguém desmaiando aqui!”) e participação do público nas palmas em “Polícia”, “Há Tempos” e “Blitzkrieg Bop”. Em “Aluga-se”, do Raul Seixas, Sergio Khachikian também participou dos vocais e fez a plateia cantar bem alto, como que em uma manifestação.

O Warriors é composto por Leo Beling nos vocais, Sergio Khachikian, também nos vocais, Luis Maluf na guitarra, Chico Netto na guitarra, Arnaldo Rosa no baixo e Felipe Soares na bateria.

Os percursos

Já tradicional no calendário de atletas de todo o país, a Rolling Stone Music & Run recebeu nesta edição aproximadamente 7 mil participantes, que correram trajetos de 5k ou 10k, ou então optaram pela caminhada de 3k.

O aquecimento antes de cada saída de prova foi comandado por Marcio Lui, personal trainer que já trabalhou com celebridades como Sabrina Sato e Adriane Galisteu. E, além de se alongar e correr, os atletas ainda curtiram muita música. Os shows da banda Warriors e do Frejat foram ideais para espantar o frio e animaram ainda mais a galera já agitada, que chegava das provas no pique.

Este ano, além das largadas tradicionais, as provas também tiveram as largadas de atletas cadeirantes, como Ronaldo Caparroz Garcia, de 61 anos. "Alguns amigos do trabalho chamaram e decidimos vir", contou ele, que fez o percurso de 3 km acompanhado pelos dois filhos. "Esta foi a minha primeira participação em uma corrida. Adoro o Frejat e gostava muito do Barão Vermelho".

A primeira mulher a cruzar a linha de chegada na prova dos 5k foi Ana Maria Souza Cruz, de 54 anos, que completou o percurso em 20 minutos e 55 segundos. "Nos meus treinos, tenho que levar em consideração que a meninada está vindo com tudo, então preciso me dedicar mais ainda", afirmou ela. Já nas categorias masculinas, quem subiu ao ponto mais alto do pódio foi Marcelo Avilar, com um tempo de 16 minutos e 4 segundos. “Estava há 30 dias sem correr, devido a uma lesão na coxa", contou ele. "O importante é que consegui terminar a prova sem dor e já posso voltar a treinar."

Claudinei Sousa Cirqueira foi quem garantiu a primeira colocação no percurso de 10k, atravessando a linha da chegada na marca de 33 minutos e 33 segundos. Entre as mulheres, a vencedora foi a alemã Heidi Storandt, com marca de 47 minutos e 7 segundos.