Cantora do pioneiro grupo folk estava em um asilo na região de São Francisco, nos Estados Unidos
A cantora Ronnie Gilbert, que ajudou a catalisar a revolução folk nos anos 1960 como uma dos quatro integrantes do Weavers, morreu de causas naturais no último sábado, 6, em um asilo na região de São Francisco, nos Estados Unidos, de acordo com o New York Times. A parceira de longa data dela, Donna Korones, confirmou a morte. Ela tinha 88 anos.
Veja as capas das 100 primeiras edições publicadas pela Rolling Stone Brasil.
A voz de Ronnie se distinguia no quarteto. O Weavers, que incluía também Pete Seeger, Lee Hays e Fred Hellerman, extraíram sonoridades dos Estados Unidos e da música de raiz mundial, mas ficaram mais conhecidos por versões de folks clássicos como “Kisses Sweeter than Wine”, “So Long, It's Been Good to Know Yuh”, de Woody Guthrie, e “Goodnight Irene”, de Lead Belly.
Os primeiros shows do Weavers eram performances gratuitas em encontros e piquetes. Em 1949, prestes a se separar, eles fizeram uma residência de duas semanas no Village Vanguard, de Nova York, que se provou tão bem sucedida que eles permaneceram por seis meses. Aquilo rendeu ao Weavers um contrato com a Decca Records, que os levaram a aparições na televisão e no rádio, além de turnês mais extensas.
O grupo se separou e Ronnie se mudou para a Califórnia com o marido à época para formar uma família. Mas em 1955, o empresário do Weavers, Harold Leventhal, organizou um show no Carnegie Hall que teve ingressos esgotados e renovou o interesse público na banda.
Ainda que Seeger tenha deixado o Weavers alguns anos depois, Ronnie, Hays, Hellerman e uma série de cantores substitutos, continuaram a tocar e gravar até 1964. Naquela época, a influência do grupo já era ouvida na música de Peter, Paul and Mary, The Limeliters, The Kingston Trio e Bob Dylan.
Nas décadas seguintes, Ronnie trabalhou como atriz e terapeuta, e eventualmente retornou à música também. Em 1980, ela reuniu o Weavers no Carnegie Hall e, em 1984, saiu em turnê com Seeger, Arlo Guthrie e Holly Near em um grupo chamado HARP. A autobiografia dela, Ronnie Gilbert: A Radical Life in Song, será publicada de maneira póstuma, este ano, nos Estados Unidos.