Russell Brand é acusado de estupro e agressão sexual em Londres
Comediante britânico responderá por cinco crimes cometidos entre 1999 e 2005
Aline Carlin Cordaro (@linecarlin)
Publicado em 04/04/2025, às 12h03
O ator e comediante britânico Russell Brand foi formalmente acusado de estupro, agressão sexual indecente, estupro oral e duas agressões sexuais pela Polícia Metropolitana de Londres, conforme comunicado oficial divulgado nesta quinta-feira, 4 de abril.
As acusações se referem a crimes cometidos contra quatro mulheres diferentes entre os anos de 1999 e 2005, em locais como Bournemouth e Westminster, na Inglaterra. Segundo a investigação, uma das vítimas alega ter sido estuprada em 1999. Outras três mulheres relataram episódios de agressões sexuais ocorridas entre 2001 e 2005, todas na região de Westminster, em Londres.

A investigação foi iniciada em setembro de 2023, após uma reportagem conjunta do programa Dispatches e do jornal Sunday Times. O especial, com duração de 90 minutos, trouxe os relatos de cinco mulheres — quatro delas optaram por permanecer anônimas. Brand sempre negou todas as acusações, afirmando que seus relacionamentos foram consensuais.
Segundo o detetive Andy Furphy, que conduz o caso, as vítimas continuam recebendo apoio psicológico e especializado.
“As mulheres que fizeram denúncias continuam a receber apoio de policiais especialmente treinados. A investigação continua aberta e os detetives pedem a qualquer um que tenha sido afetado por este caso, ou qualquer um que tenha alguma informação, que se apresente e fale com a polícia. Uma equipe dedicada de investigadores está disponível por e-mail em CIT@met.police.uk”, afirmou.
A polícia confirmou que Brand, atualmente com 50 anos, comparecerá ao Tribunal de Magistrados de Westminster no dia 2 de maio de 2025. Como reside atualmente nos Estados Unidos, ele poderá ser alvo de um mandado internacional de prisão, caso não retorne voluntariamente ao Reino Unido. A promotoria britânica já avalia a possibilidade de solicitar sua extradição.
Com a repercussão inicial das denúncias, o comediante teve sua turnê suspensa, perdeu contrato com a editora Pan Macmillan e teve programas antigos removidos das plataformas digitais da BBC, onde trabalhou durante os anos 2000. O canal britânico também conduziu uma investigação interna que revelou casos de má conduta que não foram devidamente tratados à época, como um episódio em que Brand urinou em um copo ao vivo e outro em que teria se exposto a uma mulher em um banheiro do escritório da emissora em Los Angeles.
Antes das denúncias, Brand era conhecido por seu trabalho como apresentador de rádio e televisão no Reino Unido e por papéis em filmes como Forgetting Sarah Marshall (2008) e Get Him to the Greek (2010). Nos últimos anos, passou a concentrar sua atuação em plataformas digitais como YouTube e Rumble, com discurso alinhado à direita política, críticas à mídia tradicional e apoio ao ex-presidente norte-americano Donald Trump. Ele também declarou recentemente ter se convertido ao cristianismo.