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Salve Geral representará o Brasil no Oscar

Inspirado nos atentados do PCC, longa de Sergio Rezende vai concorrer a vaga na categoria de melhor filme estrangeiro

Da redação Publicado em 18/09/2009, às 13h24

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Salve Geral, de Sergio Rezende, foi escolhido para representar o Brasil no Oscar, na disputa por uma vaga na categoria de melhor filme estrangeiro. O anúncio foi feito nesta sexta, 18, pela Secretaria do Audiovisual, parte do Ministério da Cultura (MinC).

O filme bateu os outros nove inscritos no páreo pela pré-indicação. Entre eles, Se Nada Mais Der Certo, vencedor do Festival do Rio, Budapeste, estreia do fotógrafo Walter Carvalho na direção, Feliz Natal e A Festa da Menina Morta, de outros diretores de primeira viagem, os atores Selton Mello e Matheus Nachtergaele, respectivamente.

Salve Geral toma como base os atentados da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) que tomaram a cidade de São Paulo em 2006. O papel principal fica a cargo de Andréa Beltrão, uma professora de piano, viúva e endividada. Ela se envolverá com a organização criminosa para proteger o filho de 18 anos, preso após incidente que resulta na morte de uma jovem.

Enquanto isso, as rixas internas e externas do PCC crescem. A situação explode quando o governo transfere, de uma só tacada, quase 800 presos para um presídio de segurança máxima do interior de São Paulo. O nome do filme vem daí - "salve geral" é o código para o início das rebeliões, que paralisaram São Paulo em maio, a partir do Dia das Mães.

O filme entra em cartaz no dia 2 de outubro. Assista ao trailer abaixo:

Só em janeiro saberemos se Salve Geral, ainda inédito no circuito, entrará na lista de cinco indicados ao prêmio. Já os vencedores definitivos saem em 7 de março, na 82ª edição do Oscar, que acontecerá no teatro Kodak, em Los Angeles.

A comissão responsável pela escolha contou com o Silvio Da-Rin (secretário do Audiovisual), Carlos Gerbase (cineasta), Carlos Alberto Mattos (crítico), Ivana Bentes (pesquisadora e professora da UFRJ), Beto Rodrigues (produtor) e Luiz Gonzaga De Luca (exibidor, pela Severiano Ribeiro).

A opção pela obra de Rezende chega dois anos após O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias levar de Tropa de Elite o direito de concorrer a melhor filme estrangeiro (embora o selecionado pelo comitê tenha ficado de fora da lista final). A estratégia por fitas que exploram o filão da "violência terceiro-mundista" voltou à tona no ano passado, quando Última Parada 174, focado no sequestro do ônibus 174, tentou concorrer à categoria - novamente, sem êxito do cinema brasileiro.

Depois de ficar de fora do Oscar 2003, Cidade de Deus emplacou, no ano seguinte, indicações em quatro categorias: diretor (Fernando Meirelles), roteiro adaptado, fotografia e edição.

Nos últimos anos, o mais perto que o Brasil já chegou de conquistar este Oscar foi com O Quatrilho, na cerimônia de 1996, e Central do Brasil, em 1999 - ano em que Fernanda Montenegro também concorreu para melhor atriz.

Em 1986, O Beijo da Mulher Aranha, coprodução Brasil-EUA, rendeu a William Hurt o Oscar de melhor ator. Dirigido por Hector Babenco (Carandiru) e com elenco em sua maioria brasileiro, o filme também disputou as categorias de filme, diretor e roteiro adaptado.