Elogiado por Barack Obama, livro de Joseph O'Neill terá roteiro de Christopher Hampton, de Desejo e Reparação
Livro de cabeceira do presidente dos EUA, Barack Obama, Terras Baixas, do irlandês Joseph O'Neill, deverá ser dirigido por Sam Mendes, ganhador do Oscar por Beleza Americana. De acordo com o jornal britânico The Telegraph, o cineasta, que recentemente reuniu Kate Winslet e Leonardo DiCaprio nas telonas em Apenas um Sonho, convocou Christopher Hampton para roteirizar a adaptação.
Hampton tem, no currículo, outras adaptações literárias, como Desejo e Reparação (baseada no livro homônimo, de 2001, de Ian McEwan) e Ligações Perigosas (inspirada na obra de 1782, escrita por Pierre Choderlos de Laclos).
Mendes, que se encontra nos estágios finais da negociação, persistiu para que o roteirista embarcasse no projeto. Não fosse a insistência, talvez deixasse a oportunidade passar. Motivo: o desafio de adaptar o livro, descrito, para o jornal The Observer, como "lindamente escrito".
"Empalideço diante da idéia de adaptá-lo. Este é um projeto bem difícil, sei disso. Quando Sam me pediu pela primeira vez, disse que era muito difícil e que eu não era capaz. Mas Sam foi muito persistente, e eloquente também."
A obra rendeu a seu autor comparações com Scott Fitzgerald (O Grande Gatsby) e V. S. Naipaul, vencedor do Nobel de Literatura em 2001.
Os direitos da produção foram comprados pela Harpo Films, produtora pertencente à apresentadora e magnata norte-americana Oprah Winfrey.
Uma das grandes dificuldades em tocar versão cinematográfica de Terras Baixas é tornar o críquete acessível aos espectadores norte-americanos. O esporte - popular no Reino Unido e em áreas sob influência britânica no passado, como Índia, Paquistão e Jamaica - é elemento forte no livro, que o usa como metáfora para falar sobre diversidade étnico-cultural.
Focado na Nova York pós-11 de Setembro, o livro se foca em dois imigrantes - Hans van den Broek, europeu e branco, e Chuck Ramkissoon, expatriado de Trinidad e Tobago que sonha em construir um estádio de críquete no Brooklyn, bairro nova-iorquino.
Lançado em 2008, o livro de O'Neill disparou em vendagens após ser elogiado por Obama, em edição de uma revista encartada no The New York Times.