Sam Smith fala sobre gênero fluido: “Eu me sinto como um homem e como uma mulher”

Cantor britânico lança o segundo disco da carreira, Thrill of It All, em 3 de novembro

Rolling Stone EUA

Publicado em 24/10/2017, às 12h08 - Atualizado às 12h16
Sam Smith - Reprodução/Facebook
Sam Smith - Reprodução/Facebook

Com o lançamento do segundo disco da carreira, Thrill of It All, marcado para 3 de novembro, Sam Smith deu uma entrevista ao jornal britânico The Sunday Times para falar sobre o momento que vive. E, durante a conversa, ele afirmou se considerar uma pessoa de gênero fluido.

“Eu amo sapatos de salto. Tenho vários em casa. As pessoas não sabem disso, mas quando eu tinha 17 anos eu era obcecado ao mesmo tempo pelo Boy George e pela Marilyn. Teve uma época da minha vida em que eu não tinha nenhuma peça de roupa masculina. Eu usei maquiagem, legging, bota e enormes casacos de pelo para ir à escola durante dois anos e meio”, relembrou. “Eu não sei qual é o nome disso, mas eu me sinto como um homem tanto quanto me sinto como uma mulher”, acrescentou, explicando que não se enxerga como um homem cisgênero.

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Smith também comentou sobre a decisão de ter esperado para falar publicamente sobre a sexualidade dele. “Eu tinha muito medo de dizer algo errado e ofender alguém. Quando comecei a escrever as músicas do meu primeiro álbum, tinha apenas 19 anos e havia acabado de me mudar para Londres. Antes, eu morava em um vilarejo em que era o único menino gay. Eu não sabia o que queria dizer.”

Ele explicou que parte da hesitação de falar sobre ser gay também vinha do desejo de ser reconhecido pelo talento, e não pela sexualidade. “Eu me lembro de, no começo da minha carreira, ser chamado de ‘cantor gay’ e não querer aquilo”, explicou. “Eu queria primeiro ser visto como um cantor, em vez das pessoas falarem sobre a minha vida pessoal. E agora isso mudou – eu mudei. Percebi que não me importo com esse título.”

O cantor finalizou explicando que as músicas do sucessor do disco de estreia In The Lonely Hour (2014) marcam uma mudança de um Smith “mais reticente” para outro que está mais aberto a quem ele é. “Acredito que elas mostram meu crescimento, minha confiança”, opinou. “Eu sinto que elas me mostram. Mostram o cara gay que me tornei.”

Thrill of It All já tem duas faixas divulgadas: “Pray” e “Too Good at Goodbyes”. Ouça abaixo.