Curumin promove seu segundo álbum com show cheio de ritmos em SP
Ele parece ser mais conhecido lá fora do que aqui, mas o som é brasileiro - segundo ele mesmo define, um "samba mutante". A mistura com soul, dub, funk e a presença marcante de toques eletrônicos agradaram os gringos (elogios pela apresentação no festival South By Southwest, nos EUA), mas agora é vez do público daqui conhecer o som de Curumin, que está fazendo shows na capital paulista para promover o recém saído do forno Japan Pop Show, seu segundo disco.
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Curumin sobe ao palco à 1h25, acompanhado da dupla The Aipins. O show começa com peso na bateria em "Mal Estar Card". Mesmo depois de o vocalista/baterista pedir para que o som do baixo fosse aumentado, em diversos momentos a força das baquetas fez com que o instrumento se perdesse. Quando isso não acontecia, a linha de funk seguida por Lucas Martins se destacava entre os sons eletrônicos (executados por ele e Loco Sosa) e a voz de Curumin.
A Livraria da Esquina, onde aconteceu o show, permanece com as prateleiras cheias de livros enquanto o povo dança na pista improvisada. O palco é pequeno, perfeito para o clima intimista do lugar. Em "Samba Japa" (do primeiro CD, Achados e Perdidos), Curumin esbanja intimidade com a bateria na hora de mostrar a levada de samba que anima casais para dançar. O "Ah, moleque!" que dispara diversas vezes lembra Marcelo D2 - assim como os vocais a la MC que o cantor faz em alguns momentos da apresentação.
Os samplers de violão casam tão perfeitamente com o resto dos sons produzidos pelo trio que é difícil acreditar que não tem ninguém tocando o instrumento ao vivo. Os efeitos eletrônicos são bem trabalhados durante todo o show - apenas em "Vem Menina", são exagerados quando utilizados na voz do cantor.
Loco Sosa se diverte no MPC (Music Production Center, uma mistura de sampler com teclado), e interage com Curumin nos microfones. A mente criativa do trio parece satisfeita com a platéia - o "Massa, massa!" exclamado pelo cantor antes de "Japan Pop Show" vem em retribuição aos que não param de dançar na frente do palco.
"Japan..." ao vivo é muito mais poderosa do que na versão do CD (que Curumin lança oficialmente na semana que vem), misturando sons orientais, uma levada de reggae e o samba na bateria.
Os programadores batem nas teclas de seus respectivos MPCs em total sincronia em "Kyoto". Logo depois, o público se anima com o funk (dessa vez, no estilo carioca) de "Caixa Preta" (no CD, com participação de BNegão e Lucas Santana), e aplaude com vontade ao final.
O melhor vem quando Curumin troca as baquetas por um cavaquinho eletrônico turbinado por um pedal de wa-wa. Sosa assume o seu lugar na bateria para levar uma batida suingada em "Guerreiro", a mais cantada pela platéia. Para fechar, uma versão animada e original de "Feira de Acari", do MC Batata. Ele termina o show avisando que tem CD à venda a "dez real!". Curumin pode ser internacional, mas seu som cheio de groove e bom humor também deve agradar as platéias tupiniquins.