Campanha de casas de show independentes deve salvar estabelecimentos da falência
Cerca de três mil casas de show independentes dos Estados Unidos se uniram para criar um movimento ousado chamado Save Our Stages - e conseguiram um auxílio de US$ 15 bilhões para o setor cultural. As informações são do jornalista Jon Blistein, da Rolling Stone EUA.
O valor final aprovado pelo governo norte-americano foi superior ao plano original da iniciativa. No site da campanha, o objetivo era conseguir “auxílio a longo prazo” com um programa de 10 bilhões de dólares - afinal, as casas de show foram as primeiras a fechar com a pandemia, e serão as últimas a operar novamente, e as dívidas da paralização se acumulam. A união de trabalhadores da indústria da música para pressionar o governo foi fundamental na aprovação da lei para o auxílio.
Com esse auxílio, muitos proprietários de pequenas casas de show poderão seguir no ramo após dez meses sem receita, mas com enormes despesas fixas, como aluguel, hipotecas, serviços públicos e seguros. A manutenção desses estabelecimentos é essencial para a indústria da música e novos artistas. "Normalmente, nossos clientes não começam em estádios”, declarou Marissa Smith, agente artística. "Dependemos desses pequenos espaços para construir a carreira de nossos artistas do zero. Espero que a implementação deste projeto aconteça rapidamente, porque muitos desses locais não podem esperar mais um minuto".
Casas de show independentes de qualquer tamanho podem se inscrever para receber o subsídio, desde que comprovem funcionamento em fevereiro de 2020. Cada local receberá, no máximo, 45% da receita obtida no ano de 2019, com um limite de US$ 10 milhões por estabelecimento.
A prioridade do programa será de casas que perderam mais de 90% da renda durante a pandemia. A lei também prevê que US$ 2 bilhões reservados apenas para entidades de menor porte, com menos de 50 funcionários fixos.
“Temos locais quebrando todos os dias e um atraso de uma semana pode significar o fim do negócio de alguém. Cada dia conta”, alertou Dayna Frank, CEO da First Avenue, à Rolling Stone EUA. Apesar da aprovação da lei pelo Congresso norte-americano, ainda não há previsão para o início das inscrições e primeiro pagamento.