Em SepulQuarta, banda Sepultura toca clássicos com integrantes do Motörhead, Megadeth, Anthrax, Os Paralamas do Sucesso e mais
No início de 2020, a banda Sepultura estava de malas prontas para iniciar a turnê mundial do disco Quadra, no entanto, a pandemia do coronavírus alterou os planos dos brasileiros. Foi, então, na impossibilidade de fazer shows que nasceu o projeto SepulQuarta e o disco de mesmo nome, lançado nesta sexta (12).
"Uma das minhas principais preocupações era como que o Sepultura iria ser o Sepultura sem o palco. O que é uma banda sem o palco?", diz Andreas Kisser, guitarrista e integrante da formação clássica da banda em entrevista à Rolling Stone Brasil sobre a necessidade de criar o SepulQuarta.
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O projeto foi ao ar semanalmente no canal do Youtube do Sepultura e recebeu amigos de bandas (nacionais e internacionais) para bate-papos, contação de histórias e jam sessions. "Além de tocar as músicas, começamos a falar não só sobre o Sepultura, mas sobre outras coisas como depressão e meio ambiente, por exemplo," explica Andreas.
"No começo foi difícil por causa das incertezas da pandemia, mas nos adaptamos a essas ferramentas novas que nos permitiram estar conectados online. Então, conseguimos ser um Sepultura até mais forte do que no palco, porque o contato com todo mundo foi muito intenso," acrescenta o guitarrista.
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Das participações especiais que entraram no álbum SepulQuarta, estão o baixista David Ellefson (ex-Megadeth) tocando "Territory", o guitarrista Scott Ian (Anthrax) participando de "Cult-Throat", Phil Campbell (Motörhead) em "Orgasmatron", João Barone (Os Paralamas do Sucesso) e Charles Gavin (ex-Titãs) em "Ratamahatta", e mais.
"A ideia principal não era fazer um disco, mas no final de 2020 vimos que tinhamos um p*ta material bom nas mãos, e com uma lista maravilhosa de convidados. Então, resolvemos compilar em um álbum," afirma Andreas.
Das performances preferidas, ele diz que não dá para escolher uma só, pois todos os convidados foram "fantásticos e profissionais", mas ter o guitarrista Phil Campbell tocando uma música do Motörhead foi inesquecível para o brasileiro.
"O Motörhead é uma banda importante na nossa história em vários aspectos. Ter o Phil Campbell tocando 'Orgasmatron' para fechar o disco foi muito especial," exalta Andreas. Já o vocalista Derrick Green gostou da participação de Danko Jones, da banda Danko Jones, e o baterista Eloy Casagrande curtiu tocar (virtualmente) com Charles Gavin (ex-Titãs) e João Barone (Os Paralamas do Sucesso).
"O João Barone gravou a bateria no home estúdio da casa dele, e o Charles Gavin estava em uma casa de campo no Rio de Janeiro com a família. Ele gravou no meio do mato com os tambores e as filhas filmando," relembra Eloy.
Já sobre o ídolo de Derrick, o cantor acentua: "Danko Jones não é uma banda de metal, e por causa disso a música ficou mais especial. A voz do Danko encaixou perfeitamente em 'Sepulnation.'"
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A tracklist do SepulQuarta é um verdadeiro greatest hits do Sepultura, com clássicos como "Territory", "Cut-Throat", "Inner Self", "Sepulnation", "Slave New World", "Ratamahatta", "Kaiowas" e músicas recentes como "Fear, Pain, Caos, Suffering".
"Com o SepulQuarta percebemos que temos uma família muito forte além dos nossos fãs. Temos os nossos amigos de bandas, que são nossos ídolos e também foram influenciados por nós," celebra Andreas Kisser. "Não são versões ao vivo e nem de estúdio, são versões 'pandemia-metal', se assim podemos dizer," finaliza.
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