Apresentação até animou com hits, mas deu a impressão de ser burocrática
Que Seu Jorge é um dos artistas de maior respeito no Brasil, hoje, ninguém pode discutir. Mas a impressão que se tem é que fazer shows não é a parte preferida dele na carreira de músico. Embora o repertório do cantor tenha mudado com o tempo e a performance no Summer Soul tenha incluído diversas faixas do disco mais recente, Músicas Para Churrasco – Vol. 1, a apresentação tende a seguir sempre a mesma estrutura.
Seu Jorge no palco é caladão. Nesta terça, 24, dançou um pouco, tocou flauta, cantou bastante, claro, mas interagiu minimamente. Talvez porque tudo que esse carioca, vestido para ocasião de terno vermelho e seus indefectíveis óculos escuros, precise fazer para esquentar uma pista cheia de gente que gosta de balançar o esqueleto seja se dedicar à música – lembrando que o Anhembi estava cheio disso, já que o festival era de soul, afinal de contas (mesmo tendo Florence + the Machine no line-up).
Não faltaram sucessos consagrados, mesmo que o miolo da performance tenha sido dominado pelas canções do já citado último disco. Ele começou com “Mina do Condomínio”, e “Carolina” e “Burguesinha” serviram de despedida.
O artista foi “sanduichado” entre os internacionais Florence + the Machine e Bruno Mars, em uma decisão ousada e louvável dos organizadores de quebrar o padrão de que atrações nacionais se apresentam sempre primeiro. Mas mesmo assim pareceu encontrar seu público ali, em meio aos que aguardavam por Bruno Mars e os que ficaram depois de ver a Florence. Isso porque, além de tudo, deu o azar de disputar a atenção do gargarejo com tops internacionais e o ator norte-americano Ashton Kutcher, que resolveram encerrar a SPFW na pista vip do festival.
Saiba nos links abaixo como foram os outros shows do Summer Soul.