Simple Minds só animou o público com canções de 25 anos atrás
Talvez o culto aos anos 80 já tenha passado do pique. O Simple Minds, um dos grupos mais emblemáticos daquela década, tocou na terça, 17, na Via Funchal, em São Paulo, para metade da casa.
Esta é a terceira passagem do grupo escocês pelo Brasil. Para quem se lembra da banda em seus tempos áureos, com o vocalista Jim Kerr comandando plateias no Estádio de Wembley, em Londres, o contraste ficou gritante. O show não foi ruim, longe disso, apenas datado, tanto em termos de som quanto de atitude.
Jim Kerr é um frontman eficiente, mas não consegue escapar de comparações, no caso negativas, com David Bowie, Bryan Ferry ou até mesmo Bono. Kerr e o guitarrista Charlie Burchill são os únicos que permanecem da formação original do Simple Minds. A banda também enfrenta o mesmo problema de outras bandas veteranas: a total apatia do público em relação a seu material mais recente. No ano passado o grupo lançou o álbum Graffiti Soul, que chegou até a ser lançado no Brasil e foi ignorado pelas rádios. Assim, as músicas do álbum executadas no show, como "This Is It" e "Rockets", não causaram nenhuma emoção. O público vibrou bem mais com o material dos anos 80, como "Mandela Day", "Someone, Somewhere In Summertime" e "Sanctify Yourself".
Um pouco antes do bis, Jim Kerr e companheiros emendaram "Don't You (Forget About Me)" e "Alive & Kicking", os maiores hits do grupo, canções que foram lançadas há longínquos 25 anos. Foi o momento máximo da euforia mas, depois disso, o público, que era apenas razoável, já começou a olhar para o relógio e tomar o caminho de casa. O bis teve canções como "There Will Be Love" e algumas releituras para "Neon Lights" (Kraftwerk) e "Gloria" (Them).
O Simple Minds ainda vai tocar no Rio de Janeiro (19/8, no Vivo Rio), Brasília (21/8, no Ginásio Nilson Nelson) e Porto Alegre (22/8, no Bourbon Country).