Disco gravado em 1973, o primeiro da cantora depois de ela se separar dos Mutantes, nunca teve lançamento oficial
O primeiro disco de Rita Lee depois de sua saída dos Mutantes, inédito até hoje, ganhou uma versão pirata, informa reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira, 26.
O disco foi gravado em 1973, e se tivesse sido lançado na época, receberia o título de Tutti-Frutti, nome dado posteriormente à banda de Rita Lee. Na edição lançada agora, o álbum foi chamado de Cilibrinas do Éden, nome original da dupla formada por Rita e a cantora Lucia Turnbull.
O lançamento conta com apenas 1.000 cópias, todas numeradas: metade em CD e metade em vinil, em edição de luxo. Não se sabe quem tomou a iniciativa, mas, de acordo com o veículo, a prensagem parece ter sido feita pelo selo espanhol Nosmokerecords, com a ajuda de brasileiros residentes da Europa. É possível encontrar o disco em sites de vendas online como eBay, sebos em São Paulo e lojas estrangeiras.
Logo depois das gravações, o disco teria sido rejeitado pela Philips, que queria destacar Rita Lee como uma estrela, frontwoman de uma banda, o que não condizia com o modo como o trabalho foi feito. André Midani, diretor da gravadora na época, afirmou que não se lembra exatamente a razão que o fez desistir do lançamento, mas que Rita Lee o agradeceu, há pouco tempo, por ter tomado a decisão. "Graças a Deus não rolou de lançarem aquela merda", disse a cantora, acrescentando que o disco é "arrastadão, sonolento, bocejante".
No final da década de 1990, o álbum deixou de chegar às lojas por conta de problemas com royalties - Rita não teria concordado com uma divisão de valores proposta pela ex-parceira musical, Lucia. Na matéria publicada pelo jornal, Lucia afirma que houve "uma falha de comunicação". Depois de propor uma conversa para chegar a um valor, ela não foi mais procurada, o que fez com que, novamente, o lançamento fosse cancelado.