O SoA, supergrupo formado por dois ex-integrantes do Dream Theater e um do Guns N’ Roses, não deixou dúvida de que tem entrosamento de sobra, apesar de cada músico ter ficado famoso com outro projeto e ter uma alta dose de individualidade no palco
O supergrupo Sons of Apollo, que tem em sua formação os tarimbados Jeff Scott Soto (vocal; ex-Journey, Talisman, Yngwie Malmsteen’s Rising Force), Ron “Bumblefoot” Thal (guitarra; ex-Guns N’ Roses), Billy Sheehan (baixo; The Winery Dogs, Mr. Big, David Lee Roth), Derek Sherinian (teclado; ex-Dream Theater) e Mike Portnoy (bateria; ex-Dream Theater, Adrenaline Mob, The Winery Dogs, Avenged Sevenfold) segue em sua turnê pelo Brasil. Intitulado Psychotic Symphony, o giro serve para mostrar ao mundo o disco de mesmo nome que a banda lançou no fim do ano passado.
Mas antes do Sons of Apollo se apresentar, a noite foi valorizada pela boa participação da banda brasileira de hard rock Republica. O grupo, que junta power metal e um pouquinho de grunge e rock industrial, fez um show extremamente eficiente, mostrando canções do elogiado álbum Brutal & Beautiful (2017). Leo Beling (vocais), Luiz Fernando Vieira (guitarra), Marco Vieira (baixo), Jorge Marinhas (guitarra) e Mike Maeda (bateria) confirmaram a boa fase que atravessam, que tem até levado o Republica a palcos internacionais – em breve, tocarão na Espanha.
Com garra e coesão, os músicos executaram versões vigorosas para “Black Wings”, “Death For Life”, “Endless Pain” e “Stand Your Ground”, incluídas no mais recente lançamento. Também vieram com uma elaborada cover de “Head Like a Hole”, do Nine Inch Nails. “Beautiful Lie”, single que fez parte da novela Força do Querer, também foi bem muito recebida pelo público. A apresentação seguiu com “Tears Will Shine”, outro ponto alto de Brutal & Beautiful. “Esta foi feita quando David Bowie morreu e é dedicada a todos aqueles que partiram”, disse o vocalista, Beling. Mais duas de Brutal & Beautiful vieram na sequência: “Maze” e “Broken”. Depois de o cantor falar calorosamente sobre os amigos do Sons of Apollo, o set terminou com “El Diablo”, de Point of No Return (2014).
Às 22h30, 1h30 depois do início do show do Republica, foi a vez dos astros Sons of Apollo. O quinteto apresentou o debute, Psychotic Symphony, na íntegra. A sonoridade do Sons of Apolo é típica do prog rock, trazendo em seu bojo sonoridades orientais, levadas jazzísticas e incursionando, vez ou outra, pelas power ballads. O músicos abriram o show com “God of The Sun”, que também é faixa que dá o ponto pé inicial no disco. Deste trabalho de estreia também executaram “Alive”, "Signs of the Time", "Labyrinth", "Lost in Oblivion" e as instrumentais "Figaro's Whore" e "Opus Maximus".
Em meio a estas canções, os integrantes mostraram seu virtuosismo em alguns segmentos solo – o baixista Sheehan e o tecladista Sherinian apresentaram a irrepreensível técnica de que são donos. Bumblefoot divertiu o público com uma interpretação na guitarra para o tema do desenho A Pantera Cor de Rosa. O show ainda teve espaço para duas releituras do Dream Theater, “Just Let me Breath” e “Lines in The Sand”. Ainda deu tempo de homenagear o Queen com um medley que teve a épica “The Prophet’s Song” (faixa de A Night at The Opera, com Soto brincando ao microfone) e o hit “Save Me”, com apenas Soto e Bumblefoot na guitarra. E também teve um momento dedicado ao Van Halen, com uma animada cover de “And the Cradle Will Rock...”.
O quinteto encerrou a apresentação de forma grandiosa com "Coming Home". Foi um show inesquecível para os brasileiros fãs de prog metal. Os músicos são muito conhecidos por seus trabalhos anteriores e, assim, têm uma alta dose de individualidade. Mas juntos, como Sons of Apollo, não deixam dúvidas que têm química e entrosamento de sobra.
O grupo de metal progressivo já havia tocado em Porto Alegre, no Bar Opinião, na quinta, 12. No último sábado, 14, foi a vez de mostra o seu trabalho no Tropical Butantã, em São Paulo. A passagem pelo país termina neste domingo, 15, no Music Hall, em Belo Horizonte.