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Stanley Jordan demonstra esbanjamento técnico em São Paulo

O músico norte-americano ainda se apresenta em Brasília e Araxá este fim de semana

Antônio do Amaral Rocha Publicado em 14/12/2012, às 16h28 - Atualizado às 16h37

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Stanley Jordan - Antônio do Amaral Rocha
Stanley Jordan - Antônio do Amaral Rocha

Exímio praticante da técnica “two-hand tapping”, que consiste em usar o braço e as cordas da guitarra como se fossem as teclas de um piano, o norte-americano Stanley Jordan se apresentou na última terça-feira, 11, no palco do Bourbon Street, em São Paulo.

Presença constante em shows pelo Brasil, o músico de 53 anos nascido em Chicago até formou uma banda com artistas locais para a atual turnê de nove datas – com o baixista Dudu Lima e o baterista Ivan "Mamão" Conti, um dos integrantes do trio Azymuth. Naquela noite, Mamão surpreendentemente não apareceu (apesar de ter passado o som durante o dia) e acabou substituído às pressas pelo experiente Sérgio Della Mônica.

O esbanjamento técnico de Jordan exige adesão total, e sua música, que extrapola limites entre gêneros, é feita para ser contemplada. Ele subiu ao palco sozinho, com um estranho aplique no cabelo como se fosse um rabo de cavalo, plugou a guitarra e tocou dois números. Em seguida, convocou Dudu e Sérgio. A partir daí, o protagonista permaneceu no fundo do palco, com estrelismo ausente, quase que como tocando para si mesmo. Embevecida, a plateia escutava tudo em silêncio absoluto.

Alternando entre o baixo de seis cordas e um baixo vertical adaptado, Dudu Lima fazia o contraponto perfeito para a guitarra de Jordan brilhar, com notas que pareciam voar pelo espaço. O momento de destaque se deu com a execução de "Clube de Esquina n. 2" (Milton Nascimento, Lô e Marcio Borges), que o público experimentou em um misto de delírio introspectivo e viajante. O clima emocional foi mantido elevado com uma delicada versão de "Eleanor Rigby" (Lennon & McCartney), que soou como se tivesse sido escrita para Stanley Jordan um dia reinterpretar. Outro momento de puro virtuosismo (e, por que não, exibicionismo) se deu quando o músico tocou guitarra e teclado ao mesmo tempo, usando as duas mãos.

Depois de mais de uma hora e meia de apresentação, o trio saiu, retornando em seguida para um obrigatório bis. Demonstrando admiração pela música brasileira, Jordan encerrou a noite com uma longa versão de "Insensatez", clássico de Tom Jobim e Vinicius de Morais.

A turnê brasileira de Stanley Jordan, que começou no fim de novembro no Rio de Janeiro e já passou por Vitória, Fernando de Noronha e Goiânia, se encerra com apresentações em Brasília, nesta sexta, 14, e em Araxá, neste sábado, 15.