Estréia desta sexta, 12, em salas brasileiras, Stardust: O Mistério da Estrela Cadente, adaptação do livro ilustrado do britânico Neil Gaiman (criador de Sandman) recorre a recursos consagrados, mas vale pelas atuações de Robert De Niro e Michelle Pfiefer
O interior inglês esconde um segredo na pequena cidade de Muralha. Lá, uma barreira marca o fim do mundo real e o início do mundo mágico de Stronghold. Ninguém pode cruzá-la. Há 150 anos, o jovem Dunstan Thorne atravessou o muro, conheceu uma princesa escravizada por uma cigana e com ela teve uma noite de amor. Nove meses depois, recebeu em sua porta o bebê Tristan.
É assim que começa Stardust: O Mistério da Estrela Cadente, de Matthew Vaughn. O filme é uma adaptação do livro ilustrado do britânico Neil Gaiman (criador da clássica série em quadrinhos Sandman) e de Charles Vess (que marcou época quando desenhou o Homem-Aranha para a Marvel).
Aos 18 anos, Tristan Thorne (Charlie Cox) está apaixonado por Victoria (Sienna Miller). Em uma noite regada a champagne, a camponesa promete o coração ao jovem, com uma condição: atravessar o muro e pegar a estrela que eles acabaram de ver cair.
Mas não é só Tristan Thorne que parte em busca da estrela. Os sucessores ao trono de Stronghold - Primus (Jason Flemyng), Tertius (Mark Heap) e Septimus (Mark Strong) - querem o rubi que derrubou a estrela na Terra; e a bruxa Lamia (Michelle Pfiefer) deseja o coração do astro cadente, que, se engolido, faz rejuvenescer.
O que Tristan não sabe é que a estrela cadente é uma bela mulher, Yvaine (Claire Danes). A fácil jornada de Thorne se torna uma aventura pela salvação da estrela, com direito a barcos voadores e algumas lutas mágicas.
A propósito, a viagem de Thorne e Yvaine no barco voador é o ponto alto do filme. O Capitão Shakespeare, interpretado por Robert De Niro, quebra a sobriedade do filme provocando gargalhadas. Um dos poucos atores não-britânicos da produção, De Niro rouba a cena como um pirata machão aos olhos dos outros, mas que na verdade sonha em sair do armário.
O mundo de Tristan Thorne na tela deixa a atmosfera de conto de fadas do livro de lado, no entanto. Vaughn recorre a recursos comuns em filmes do gênero: a trilha sonora lembra a de Senhor dos Anéis, e algumas cenas, como a que Tristan e Yvaine estão no alto de uma montanha, têm o mesmo esquema de tomada do épico de Tolkien: um giro de 360º nos personagens distantes, destacando a paisagem.
Stardust não foi mais que uma prova para Mattew Vaughn, que tem como próximo projeto adaptar as histórias do deus nórdico Thor em mais uma produção da Marvel Comics para os cinemas.