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Baseado em obra de Stephen King, A Torre Negra é decepção do início ao fim

Escasso de emoções, filme sequer resvala a imponência e qualidade da série de livros que a inspirou

Paulo Cavalcanti Publicado em 23/08/2017, às 17h08 - Atualizado às 17h24

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A Torre Negra  - Divulgação
A Torre Negra - Divulgação

O escritor Stephen King começou a publicar os livros da série A Torre Negra em 1988. O mais recente saiu em 2012; são oito títulos no total. As obras misturam diversos estilos como fantasia, mitologia, ficção científica, western e horror, tudo com um escopo épico, juntando aventura, fatalismo e humanismo. O trabalho tem ambições comparáveis às de O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien e, devido à magnitude, muitos achavam que essa criação de King seria impossível de dar certo na tela grande. Infelizmente, com a problemática versão de A Torre Negra que chega aos cinemas nesta quinta, 24, os céticos se provaram corretos.

O longa começa com o planeta Terra sendo sacudido por terríveis terremotos. Em Nova York, o garoto Jake Chambers (Tom Taylor) sonha com devastações e desgraças. Em meio às visões de Jake está um misterioso homem trajando roupas negras que se posiciona ao lado de uma torre, também negra. Em outros momentos, o garoto enxerga uma figura portando uma pistola. Jake desenha as visões que tem. Os pais acham que o filho está louco e querem interná-lo.

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Mas ele não está maluco. Acontece que, em um universo paralelo, existe realmente uma Torre Negra, que controla a estabilidade do planeta e mantém longe as forças do mal. Quem pretende derrubá-la é o Homem de Preto, um feiticeiro chamado Walter O’Dim (Matthew McConaughey). Assim, ele poderia soltar os demônios que controla para exterminar os seres humanos. O guardião da Torre é Roland Deschain (Idris Elba), o lendário Pistoleiro, o último de sua linhagem e também o único que pode matar Walter, usando uma bala forjada com material retirado da mítica espada Excalibur. Jake tem poderes mediúnicos e será o fiel da balança neste embate.

A Torre Negra

A direção de Nikolaj Arcel não demonstra nada de ambiciosa e, aqui, isso é extremamente danoso. O filme, de apenas 90 minutos, não tem fôlego. O universo denso e hipnótico criado por King nos livros não transparece de forma alguma na tela grande. Os efeitos são básicos, com visual que se assemelha a um videogame de segunda categoria. O humor é inexistente; a certa altura, o espectador simplesmente deixa de ligar para o que vai acontecer dentro do enredo, que é pouco envolvente e cheio de personagens genéricos. A presença de Elba é superlativa – ele é um ator que merece veículos mais dignos de seu talento, enquando McConaughey, como vilão, não se destaca – parece só querer passar um ar cool e balbuciar ameaças.

A Torre Negra

Existem previsões de que, em vez de uma franquia cinematográfica, A Torre Negra, o filme, seria tratado apenas como um piloto para uma vindoura série na qual Taylor e Elba fariam participações especiais. Melhor que seja assim, já que, como espetáculo cinematográfico, A Torre Negra balança e cai.

A Torre Negra