JULGAMENTO

Suspeito de assassinato de Tupac Shakur diz que 'acusação deve ser rejeitada'

Segundo o advogado de Duane 'Keffe D' Davis 'a acusação não conseguiu justificar um atraso de décadas que prejudicou irreversivelmente meu cliente'

Pedro Figueiredo (@fedropigueiredo)

Publicado em 08/01/2025, às 13h20
Duane 'Keed D' Davis (Foto: Bizuayehu Tesfay - Pool/Getty Images)
Duane 'Keed D' Davis (Foto: Bizuayehu Tesfay - Pool/Getty Images)

Duane "Keef D" Davis, líder da gangue South Side Crips e principal suspeito do assassinato do rapper Tupac Shakur em 1996, pediu ao juiz responsável pelo caso que rejeite a acusação de homicídio de primeiro grau antes do começo do julgamento, previsto para acontecer no mês de março deste ano. 

Segundo uma moção protocolada — a qual a Rolling Stone teve acesso — argumenta que os promotores falharam em produzir qualquer evidência corroborante que apoie o que ele chama de sua “confissão forçada” no caso. Ainda segundo o documento, ele alega que a promotoria também violou “substancialmente” seus direitos constitucionais ao não honrar os acordos de imunidade que ele acreditava estarem em vigor sempre que falava com investigadores estaduais e federais ao longo dos anos.

Carl Arnold, advogado do réu, também declarou que o atraso de 27 anos dos promotores em abrir o processo "prejudicou irreparavelmente" a capacidade de Davis de obter um julgamento justo. "Muitas testemunhas morreram", escreveu Arnold no processo.

O advogado citou especificamente as mortes do sobrinho de Davis, Orlando "Baby Lane" Anderson, o suposto atirador na morte de Shakur, e os outros dois homens supostamente no carro que abriu fogo. Arnold diz que o "encarceramento e a indisponibilidade" de outras testemunhas importantes, incluindo o fundador da Death Row Records, Marion "Suge" Knight, e o fundador da Bad Boy Entertainment, Sean "Diddy" Combs, estão prejudicando a defesa de seu cliente também. Uma audiência sobre a nova moção de rejeição está marcada para 21 de janeiro.

“A promotoria não conseguiu justificar um atraso de décadas que prejudicou irreversivelmente meu cliente”, disse Arnold em uma declaração à imprensa. “Além disso, a falha em honrar os acordos de imunidade prejudica a integridade do sistema de justiça criminal e questiona seriamente esta promotoria.” Até o momento, os promotores não fizeram nenhuma declaração sobre a moção.

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