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Joni Mitchell explica motivo de ter barrado Taylor Swift como protagonista de sua cinebiografia

Jovem cantora teria sido cotada para representar a lenda do folk nos cinemas

ROLLING STONE EUA Publicado em 15/02/2015, às 13h09

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Joni Mitchell e Taylor Swift - Reprodução
Joni Mitchell e Taylor Swift - Reprodução

Em entrevista à revista New York, a lendária cantora folk canadense Joni Mitchell explicou os motivos que a fizeram impedir a estrela pop Taylor Swift de representá-la em seu filme biográfico.

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"Nunca ouvi a música dela. Já a vi. Fisicamente, ela também tem os ossos altos nas bochechas. Consigo entender que a escolheram pela semelhança física. Não sei como é a música da Taylor, mas eu sei o seguinte: se ela vai cantar e tocar minhas canções, desejo boa sorte."

Em resposta ao artigo, um representante de Swift negou, em declaração à Rolling Stone EUA, os rumores da participação da sua cliente no filme. “É uma pena que Joni continue sendo questionada sobre um filme que Taylor foi cogitada em boatos para participar”, afirma o representante. “Mas esse rumor, como muitos outros rumores sobre escolha de atores, não é verdadeiro.”

Durante a entrevista, Mitchell também revelou ter contraído uma doença de pele que foi diagnosticada recentemente. A síndrome de Morgellons, como ela explicou, é incurável. “Fibras de cores variadas sobressaem de sua pele como cogumelos depois de uma tempestade”, disse. Além disso, acrescenta, “Não é possível identificar se é algo animal, vegetal ou mineral”.

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A artista de 71 anos ainda relembra as circunstâncias que a levaram a se fantasiar como um homem negro tornando-se “the black guy in front” na capa do álbum Don Juan´s Reckless Daughter, de 1977. “Eu estava sendo operada por um dentista e ele me disse, “Oh, você tem a pior mordida que eu já vi. Você tem dentes de um negro”, conta a cantora.

O próximo acontecimento que inspirou a decisão de se fantasiar foi ver um homem mancando – e ela demonstra um andar que a revista descreve como “um apoio irregular, uma perna mais curta que a outra”. Na ocasião, a mesma pessoa lhe disse, “Humm, hummm, hummm, que maravilha, irmãzinha, que maravilha você”. Prestes a participar de uma festa de Halloween, Mitchell decidiu, “Eu vou vestida desse cara”. Antes de chegar toda maquiada, teve que ouvir gente lhe perguntando se estava mesmo na festa certa.

Depois daquela reação, ela resolveu surpreender o fotógrafo da capa do disco, que a vinha irritando. “Eu poderia fazer a maquiagem em quatro minutos e então sai de trás da cortina. Permaneci ali até repararem em mim. Andei de forma bem vistosa, rindo alto. Era minha revanche. Foi tudo para tirar um sarro dele. Para tirar ele do sério. Tinha que mantê-lo na defensiva.”

Ela também declarou ao entrevistador que gostaria de ter qualquer tipo de afrodescendência, “Assim, eu poderia dizer a todo mundo que não sou uma intolerante”. Mas antes de ser tachada de racista, acrescenta, “Quando eu vejo um homem negro sentado, eu costumo sentar ao lado dele e aceno como se fosse meu camarada. Realmente sinto uma afinidade porque eu senti o que é ser um negro em diversas ocasiões.”

Em 2015, Joni lançou um novo box contendo os discos Love Has Many Faces - A Quartet, A Ballet, Waiting to Be Danced. O material é uma seleção feita pela cantora das melhores músicas de décadas em que ela aparece tocando folk e improvisando com jazz.

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“Sou uma pintora que escreve canções”, diz ela em um comunicado sobre o trabalho reunido na caixa de discos. “Minhas músicas são muito visuais. As palavras criam cenas… O que eu fiz foi reunir algumas dessas cenas (como uma documentarista) e, por justaposição, editá-las em um novo feito.”