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Teen Wolf estreia no Brasil nesta quarta, 3

A relação com Crepúsculo, Shakespeare e os investimentos da MTV: os protagonistas Tyler Posey e Crystal Reed conversaram com a Rolling Stone Brasil sobre a série

Por Stella Rodrigues Publicado em 03/08/2011, às 12h29

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<i>Teen Wolf</i>, a série, estreia nesta quarta, 3 - Divulgação
<i>Teen Wolf</i>, a série, estreia nesta quarta, 3 - Divulgação

Estreia nesta quarta, 3, no canal a cabo Sony Spin, a série Teen Wolf, uma produção da MTV norte-americana que agradou ao público adolescente por lá e, agora, chega ao Brasil. Com produção de emissora paga - o que significa dinheiro e, consequentemente, um investimento além do que se costuma ver em séries teen, com fotografia bem elaborada e aspecto cinemático - a série torna risível a obra na qual se baseou. No auge do sucesso, Michael J. Fox protagonizou o longa Teen Wolf (1985) - chamado no Brasil de O Garoto do Futuro, em uma tentativa clara de vender a obra como "aquele lá do menino de De Volta Para o Futuro". Trata-se da história de um outsider que descobre ser um lobisomem e, então, vira a estrela do time de basquete.

Sai o jovem astro do momento, entram atores bonitões. Corta o basquete e o substitua por lacrosse, um esporte pouco conhecido por aqui, mas que figura em uma infinidade de comédias high school. Porém, mantenha o outsider, afinal, está aí um conceito que não sai de linha. E aí temos, mais ou menos, a premissa de Teen Wolf, a série.

Os dois atores principais da atração estiveram no Brasil e conversaram com a Rolling Stone. Os extremamente simpáticos e sorridentes Tyler Posey (que vive o "lobisgaroto" Scott) e Crystal Reed (Allison, a mocinha) contaram um pouco mais sobre o que o programa traz de novo para um mundo já saturado por séries teen e sagas com elementos sobrenaturais. Tem aspectos que irão agradar muito aos fãs de Crepúsculo mas, ao mesmo tempo, tem outros que serão um alívio para quem não suporta a trama de Edward e Bella. Tem referências aos que, até hoje, idolatram Michael J. Fox mas, ao mesmo tempo, é uma injeção de realidade para os que não aguentam a bizarrice oitentista de O Garoto do Futuro. E para quem curte a metáfora atemporal de que crescer é mais ou menos como ser um lobisomem, bem, esses se sentirão em casa com Teen Wolf.

Sem entregar muitos spoilers, o piloto conta o seguinte: Allison é uma garota que muda constantemente de casa por causa do trabalho do pai - ou isso é o que ele diz para ela. Chega ao colégio de Scott na mesma época em que ele vira um lobisomem. E eles se apaixonam. "Gosto de chamá-lo de 'garoto popular que nunca foi aceito na panela dos populares'. E ele quer ser notado, ser alguém, ter uma namorada. Quer ser o capitão do time, um destaque nos esportes. É uma daquelas situações de 'cuidado com o que deseja'. Porque ele consegue tudo isso, consegue os amigos, mas tem que tomar cuidado para não comê-los", define Tyler sobre seu personagem.

Teen Wolf X Crepúsculo: o teen e o sobrenatural

"Vampiros não saem no sol! São uns medrosos. Lobisomens são bem mais legais! Se bem que eles podem voar, voar é legal. Mas lobisomens são mais confiantes e cool. Têm audição, olfato, tudo avançado. Vampiros só sabem morder. Lobisomens são mais sexy. Por que alguém não escolheria ser um lobisomem mais sexy?!", defende apaixonadamente Tyler Posey. Hoje em dia, não se coloca público jovem e trama sobrenatural na mesma frase sem que se encaixe uma alusão à Crepúsculo. Mas o ator discorda da associação imediata. "A única coisa que dá mesmo para comparar com Crepúsculo é o fato de que há elementos sobrenaturais. Mas até aí, daria para comparar com Harry Potter também", argumenta. Já Crystal Reed vê as semelhanças, mas aponta as diferenças. "É um sucesso e eu, pessoalmente, acho a história muito legal. Então, gosto da comparação. Uma diferença é que Crepúsculo tem zero comédia. É só muito, muito romance. Eu sei que soa brega, mas a nossa série é uma montanha russa. Em um momento, você está roendo as unhas, de verdade, por causa do suspense. Aí terá... sangue! E aí vem... uma piada! E, logo depois, romance. E no fim de cada episódio, fica apreensivo com o que vai acontecer em seguida. Acho que a comédia é o que faz mais diferença, mas tudo isso tem um papel em tornar a série única neste momento."

Teen Wolf e Shakespeare

O que a sinopse acima não conta é que, na verdade, o pai da moça caça lobisomens. O que quer dizer que o casal viverá um amor impossível, contra a vontade das famílias. Impossível não lembrar de Romeu e Julieta, antes de lembrar de Crepúsculo. "É muito parecido em essência. E é engraçado, porque qualquer moleque tem medo do pai da namorada. Eu sei que eu tinha! Em geral, tem medo de que eles os matem metaforicamente. No caso de Scott, é totalmente verdade", brinca Tyler.

Teen Wolf para fãs de esportes

Em vez do basquete, praticamente tão norte-americano quanto torta de maçã, entra o potencialmente sangrento lacrosse, que agradará aos fãs de futebol americano. "É bem mais moderno, para que os jovens de hoje possam se identificar", argumenta Tyler. Resta saber se os jovens brasileiros também se identificarão.

Teen Wolf e Tyler para fãs de música e Blink-182

Tem uma coisa na vida que faz os olhos de Tyler Posey brilharem. E não é a lente de contato que ele usa na série quando se transforma em lobo. É quando alguém lhe pergunta sobre sua banda. "Yes!", ele gritou, dando um soco no ar. A banda se chama Lost In Kostko e faz uma rápida participação no episódio 8 da primeira temporada. "É um som muito SoCal [rock típico do sul da Califórnia]. Gosto de chamar de 'punk feliz'. É muito influenciada por Blink-182, amo aqueles caras! Tudo que quero é estar em um palco. Atuando, não sou eu. Mas no palco, tudo sou eu! Me divirto muito. Canto e toco guitarra, meu melhor amigo é o baterista. Nem sei dizer o quanto fico feliz de ter minhas duas paixões juntas."

Teen Wolf e "como crescer é difícil"

"Ser adolescente é um lixo às vezes. E sempre vai ser assim, não importa quem você seja. Crescer é uma das coisas mais difíceis pelas quais uma criança pode passar. Lembro de hormônios. Você se sente estranho, mas não sabe o motivo. Você não sabe se deve se preocupar por ter pelos demais ou de menos", diz Tyler, no melhor estilo psicólogo de programa de auditório. O crescimento de pelos, tentar esconder quem você é, se sentir diferente da patota, tudo isso se aplica a um teen e a um lobisomem. Como séries com adolescentes em crise são ainda mais batidas do que séries sobre jovens adultos traumatizados por causa de sua adolescência, acrescenta-se um toque sobrenatural para tornar a trama mais interessante. "É uma transição", complementa Crystal. "Você está tentando lidar com um relacionamento, controlar coisas que não podem ser controladas. Scott tem que lidar com isso todos os dias. Muitos adolescentes tentam esconder quem eles são, fingir que são outra pessoa. Acho que essa é a mensagem. Eu, quando era mais nova, tentava esconder meus pés enormes, odiava! Embora essas mensagens não sejam ditas com todas as letras, acho que os adolescentes se identificam", acredita a atriz. "É uma série adolescente mais adulta. É por isso que estamos conquistando uma audiência mais ampla. A ideia é captar as coisas como elas são na vida real, não felizes e contentes. Assim, os personagens ficam autênticos."

Teen Wolf, MTV e séries da TV a cabo

Por muito tempo, a emissora musical investiu pesado nos reality shows e deixou de lado a produção de séries com roteiro. A fórmula estava dando bastante certo e se manteve por alguns bons anos dando resultados. Agora, com Teen Wolf, a MTV volta a investir pesado em ficção. Soma-se ao dinheiro que a emissora despendeu o fato de que ela tem mais liberdade de criação do que uma emissora aberta, que jamais poderia colocar a quantidade de sangue de Teen Wolf no horário nobre sem despertar a ira de uma ou outra "associação de pais preocupados", ou coisa que o valha. "Não gostaria de estar em nenhuma outra emissora. A MTV sempre acata o que queremos. Nossas cenas sangrentas são realmente sangrentas. Nossa cenas de beijo são realmente sexy. E por eles não terem muitas séries originais que não sejam reality, Teen Wolf é o bebê deles", comenta Crystal. Essa liberdade, que antes era só do cinema, não é a única - boa - característica da sétima arte que tem aparecido na televisão paga. "Nosso diretor, Russell Mulcahy, é egresso do cinema e ele levava três horas gravando uma maçaneta! Literalmente! No set, a gente não entendia. Mas, depois que você assiste, vê que é esse tipo de coisa que faz a HBO se destacar, por exemplo. E Teen Wolf também! Tem aparência de filme, as cenas são cinemáticas, lindas e bem iluminadas."

Teen Wolf e a maravilha moderna da... maquiagem

"Um lobisomem que você pode beijar e não fazer carinho, como se fosse um cão", essa era a ideia na transformação de garoto para lobo, conta Tyler. Em um mundo em que tudo é computação gráfica, Teen Wolf investe pesado na maquiagem, mesmo que isso queira dizer horas de trabalho com prostéticos. Tudo para que Scott seja um adolescente o mais parecido possível com aqueles que assistem ao show. Por isso, é curioso notar que quando ele faz a transição para lobo, ainda mantém feições humanas. "A ideia é ter um programa de TV o mais real possível, porém, com o elemento sobrenatural. E dá uma vibe diferente. É assustador, mas é contained. Dá para se identificar e ver a inocência do meu personagem lá dentro, em alguns momentos."

Assista abaixo ao trailer de Teen Wolf e, em seguida, de O Garoto do Futuro:

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