Veja a lista dos novos ministros e ministérios
O presidente interino Michel Temer (PMDB) fez seu primeiro discurso algumas horas depois de Dilma Rousseff ter sido afastada do cargo. Ele falou no Salão Leste do Palácio do Planalto, em Brasília, na tarde desta quinta, 12. Temer afirmou que manterá os programas sociais consolidados durante os governos anteriores e que dará continuidade à Operação Lava Jato. "A Lava Jato tornou-se referência, e daremos proteção contra qualquer tentativa de enfraquecê-la", disse o peemedebista. Vale lembrar que sete dos ministros escolhidos por ele são alvo de investigação da Lava Jato.
Temer também falou sobre os planos para a economia e comentou a nova estrutura dos ministérios. "Nosso maior desafio é estancar o processo de queda livre na atividade econômica, que tem levado ao aumento do desemprego e à perda do bem-estar da população. Para isso é imprescindível reconstruirmos os fundamentos da economia brasileira”, disse. “Quando mais cedo formos capazes de reequilibrar as contas públicas, mais rápido conseguiremos retomar o crescimento."
"Quero também remover a incerteza introduzida pela inflação nos últimos anos. A inflação alta atrapalha o crescimento, desorganiza a atividade produtiva e turva o horizonte de planejamento dos agentes econômicos”, continuou. "Além de modernizar o país, estaremos realizando o maior objetivo do governo: reduzir o desemprego."
"Já eliminamos vários ministérios da máquina pública, e não vamos parar por aí. Já estão encomendados estudos para eliminar cargos comissionados e funções gratificadas desnecessárias.” Dentre os ministérios eliminados pelo presidente interino está o da Cultura, que foi fundido com o da educação e está sob o comando de Mendonça Filho (DEM).
Após a fala, o discurso foi repetido em uma série de tuítes publicada na conta de Michel Temer na rede social. Leia abaixo na íntegra.
"Minha primeira palavra ao povo brasileiro é de confiança. Confiança nos valores que formam o caráter de nossa gente na vitalidade de nossa democracia, na recuperação da economia nacional, nos potenciais do país, em suas instituições sociais e políticas e na capacidade de que, unidos, poderemos enfrentar os desafios deste momento de grandes dificuldades. É urgente pacificar a Nação e unificar o Brasil. É urgente fazermos um governo de salvação nacional. Ninguém, individualmente, tem as melhores receitas paras as reformas, mas Governo, Parlamento e sociedade, juntos, as encontraremos. É preciso resgatar a credibilidade do Brasil no concerto interno e internacional, para que empresários e trabalhadores de todas as áreas produtivas se entusiasmem e retornem em segurança com seus investimentos. Um projeto que garanta plena empregabilidade exige a aplicação e consolidação de projetos sociais. Portanto, reafirmo: vamos manter os programas sociais. O Bolsa Família, o Pronatec, o Fies, o Prouni e o Minha Casa Minha Vida entre outros, são projetos que deram certo e, portanto, terão sua gestão aprimorada. Governabilidade exige aprovação popular ao próprio governo. A classe política unida ao povo conduzirá ao crescimento do país. A moral pública será permanentemente buscada por meio dos instrumentos de controle e apuração de desvios. Nesse contexto, a Lava Jato tornou-se referência e, como tal, deve ter prosseguimento e proteção contra qualquer tentativa de enfraquecê-la. O Brasil vive hoje sua pior crise econômica. São 11 milhões de desempregados, inflação, déficit superior a R$ 100 bilhões, recessão Nosso maior desafio é estancar o processo de queda livre na atividade econômica que leva a desemprego e perda de bem-estar da população. Precisamos restaurar o equilíbrio das contas públicas, trazendo a evolução do endividamento do setor público ao patamar de sustentabilidade. A primeira medida na linha desta redução está aqui representada: eliminamos vários ministérios. E o governo não vai parar por aí: já estão encomendados estudos para eliminar cargos comissionados desnecessários, sabidamente na casa dos milhares. O mundo está de olho no Brasil. Os investidores acompanham com grande interesse as mudanças em curso no país. Havendo condições adequadas, a resposta deles será rápida, pois é grande a quantidade de recursos disponíveis no mercado internacional e maior ainda as potencialidades do nosso país. A recuperação do prestigio do país e da confiança no futuro são tarefas decisivas pro fortalecimento da inserção internacional da economia. Não falaremos em crise: trabalharemos. O nosso lema é Ordem e Progresso. A expressão da nossa bandeira não poderia ser mais atual. Peço a Deus que nos abençoe a todos. A mim, aos congressistas, aos membros do poder judiciário e ao povo brasileiro para estarmos sempre à altura dos desafios. E aos brasileiros para que em breve tempo possamos agradecer a Ele pelo trabalho que será feito.Muito obrigado e melhores dias para o Brasil."
Veja abaixo a lista dos novos ministros.
Gilberto Kassab (PSD-SP) – ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Raul Jungmann (PPS-PE) – ministro da Defesa.
Romero Jucá (PMDB-RR) – Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Senador (RR)
Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) – ministro-chefe da Secretaria de Governo
Sérgio Etchegoyen – ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional
Bruno Araújo (PSDB-PE) – ministro das Cidades
Blairo Maggi (PP-MT) – ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Henrique Meirelles – ministro da Fazenda
Mendonça Filho (DEM-PE) – ministro da Educação e Cultura
Eliseu Padilha (PMDB-RS) – ministro-chefe da Casa Civil
Osmar Terra (PMDB-RS) – ministro do Desenvolvimento Social e Agrário
Leonardo Picciani (PMDB-RJ) – ministro do Esporte
Ricardo Barros (PP-PR) – ministro da Saúde
José Sarney Filho (PV-MA) – ministro do Meio Ambiente
Henrique Alves – ministro do Turismo
José Serra (PSDB-SP) – ministro das Relações Exteriores
Ronaldo Nogueira de Oliveira – ministro do Trabalho
Alexandre de Moraes – ministro da Justiça e Cidadania
Mauricio Quintella – ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil
Fabiano Augusto Martins Silveira – ministro da Fiscalização, Transparência e Controle (ex-CGU)
Marcos Pereira – ministro da Indústria e Comércio
Helder Barbalho (PMDB) – ministro da Integração Nacional
Fernando Coelho (PSB) – ministro da de Minas e Energia