Mandela: Long Walk to Freedom foi baseado na autobiografia do ganhador do Nobel da paz
Alvo de diversas adaptações, a vida do líder sul-africano Nelson Mandela chega novamente às telas. Desta vez, em roteiro baseado em sua autobiografia, Longa Caminhada Até a Liberdade, exibido no Festival de Toronto. O projeto, que demorou mais de 17 anos para se concretizar, conta com um inspirado Idris Elba no papel principal, demonstrando-se um forte candidato ao Oscar.
Não isentar de erros o homem responsável por desafiar um governo opressivo e, décadas depois, dar fim ao regime do apartheid é um dos principais êxitos de Mandela: Long Walk to Freedom. A fragilidade do personagem, suas confusões, dúvidas, tentativas e erros são essenciais para que sua jornada faça sentido e o script de William Nicholson mostra isso de maneira competente e balanceada.
A montagem, por outro lado, não colabora. Algumas das mais belas sequências do longa são ofuscadas por flashbacks excessivos. Quando Mandela passa por uma experiência transformadora na prisão, por exemplo, o longa evoca um ritual de iniciação tribal, exibido no início. A pintura facial não deixa dúvida sobre a conexão, mas, ainda assim, as cenas vistas anteriormente se repetem com o único propósito de lembrar ao espectador que, sim, trata-se de uma referência.
As cenas que envolvem o relacionamento de Nelson com Winnie Madikizela-Mandela, ex-mulher dele e importante ativista política sul-africana, também padecem do mesmo mal. Embora não à altura da performance de Idris Elba, Naomie Harris ganha força no decorrer do filme, quando Winnie se torna uma das principais defensoras da luta armada na África do Sul.
Da infância em um ambiente rural até a vida adulta na advocacia, de defensor da luta armada a pacifista e político, muitas são as mudanças na mentalidade do personagem e Elba, auxiliado pelo bom roteiro, dá ainda mais emoção à instigante jornada de Nelson Mandela à presidência da África do Sul.
Mandela: Long Walk to Freedom ainda não tem previsão de estreia no Brasil. O Festival de Toronto segue até o dia 15 de setembro.