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Nova temporada de True Detective acerta ao voltar às origens com Mahershala Ali

Após dois episódios, a primeira impressão sobre o terceiro ano revive o melhor já feito pela série

Fernanda Talarico Publicado em 17/01/2019, às 11h38

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Cena da terceira temporada de True Detective (Foto Principal e Fotos do Texto: Reprodução/HBO)
Cena da terceira temporada de True Detective (Foto Principal e Fotos do Texto: Reprodução/HBO)

A terceira temporada de True Detectiveestreou no último domingo, 13, com o lançamento dos dois primeiros episódios. Depois de um segundo ano ruim – não há outro adjetivo para caracterizá-lo se não esse –, a série voltou às origens apresentadas na estreia, quando foi protagonizada por Matthew McConaughey e Woody Harrelson. 

A temporada atual, de volta à televisão após três anos, entregou os mesmos pontos altos responsáveis por dar ao título elogios de público e crítica. Pelo menos, até aqui.  

Tudo se inicia com um interrogatório. Um detetive relembra um caso de assassinato investigado anos antes, da mesma forma como no primeiro ano da série, no ar na HBO.

Em 2014, era o personagem de McConaughey, chamado Rust Cohle. Desta vez, a narrativa segue por meio do olhar de Mahershala Ali, em três linhas temporais (1980, 1990 e 2015). 

O ator interpreta Wayne Hays, um investigador que começa sentando do outro lado da mesa de interrogatório. Ao envelhecer, ele sofre com lapsos de memória e, portanto, quer reviver o terror de um determinado caso para preencher as lacunas em branco e, quem sabe, lembrar com certeza de quem ele foi um dia. 

Premiado com o Oscar, Ali vive o mesmo personagem em três anos diferentes. Entrega uma atuação certeira do policial bem estilo noir, atormentado pelos horrores do Vietnã e, agora, está envolvido em uma complexa trama de crimes estranhos. Assim como o detetive de McConaughey, ele é quieto, direto e seco.

O parceiro de Hays é Roland West (Stephen Dorff), cuja personalidade, em alguns aspectos, assemelha-se ao personagem vivido por Woody Harrelson durante a primeira temporada, como a metade mais extrovertida da dupla. 

Com cores cruas e sem brilho, True Detective aproxima a ficção da realidade. A narrativa é diferente do que se encontra na TV atual, como se os acontecimentos fossem baseados em histórias reais. Respire fundo, não são. 

É sinuoso o caminho até algum tipo de desfecho - e também não espere por epifanias ou conclusões mirabolantes por parte dos seus protagonistas.  O melhor está no suspense, nos obstáculos enfrentados até a conclusão.   

Fotografia, cenografia e, principalmente, as atuações dos dois protagonistas espalham  desolação pela tela. Ainda assim, viciam. É difícil parar de assistir a série, mesmo que a trama tenha uma construção lenta, ancorada na ideia de que a narrativa deve ser bem desenvolvida. 

Graças a isso, seus personagens adquirem profundidade e complexidade. Quem ganha é o público. Os diferentes "agoras" se costuram de forma engenhosa para revelar a história aos poucos. 

True Detectivefoge das resoluções simples e verborrágicas. É provocativa ao exigir a reflexão do público após a chegada dos créditos finais de cada episódio também. Com um acerto e um fracasso no seu histórico, a antologia de histórias de crimes da HBO parece pender para o resultado positivo dessa vez.