A cantora Tulipa pergunta para Anelis, que pergunta para Otto, que segue para Curumin
Tulipa Ruiz perguntou para Anelis Assumpção sobre "se sentir em casa quando está na estrada", Otto fala com Curumin sobre o mergulho da poesia. A Rolling Stone Brasil propôs um desafio aos quatro artistas, Tulipa, Anelis, Otto e Curumin: Um pergunta para o outro.
Os quatro fazem um show único juntos, em São Paulo, na festa Primavera, Te Amo, neste sábado, 1. O evento promove encontros únicos. A programação inclui ainda N'ALMA e convidados, Selma Uamusse + Luedji Luna, Orquestra Primavera + Fioti + João Suplicy + Ekena + Aline Paes + Msário + Indy Naise.
A apresentação de Tulipa, Anelis, Otto e Curumin será dividida em cinco canções de cada um deles, com todos no palco. Isso, aliás, é inédito na carreira dos quatro.
A festa ocorre das 15h até 4h, na Vila dos Galpões (Rua Palmorino Monaco, 540, Mooca), Os ingressos podem ser comprados no site ou na porta.
Agora, vamos às entrevistas:
Curumin: “Tu, tenho percebido você em um movimento de abertura, ampliando parceiros e fronteiras. Fale-me um pouco sobre colaboração, cooperação na música hoje em dia.”
Tulipa Ruiz: "Viva as percepções e sintonias, Curumin! Sinto que, às vezes, na música a gente conversa pouco sobre as dores e delícia do nosso ofício. É tão nutritivo quando a gente consegue se encontrar para falar de linguagens, logísticas, sonhos, medos, desejos, política, planilhas, nova era, ano novo e ditadura. E é tão lindo quando desses encontros nasce música. Tenho estado na sintonia do encontro e re-conhecendo pessoas que também estão neste movimento.
Tulipa: "Nê, sua casa é transbordada de cores, aromas, plantas, sabores e temperos. Como é a estrada para você? Como se sentir em casa estando em trânsito?
Anelis Assumpção: "Gosto de levar incenso pro quarto do hotel. Se posso, enfeito com uma flor também. Busco companhia. Durmo sob o ruído de algum conversando. Tomo banho sentada, oleio meu corpo. Tomo chá antes de dormir. Fotógrafo as memórias pra dividi-las com as crianças quando eu volto. Minha estrada é meu corpo. Minha casa mora em mim.
Anelis:
1) Uma franja de contas é o começo da linha?
2) Um limão solitário é líquido, sólido ou vapor? Dançar é uma fissura dos ossos ou dos cabelos?
3) Amor líquido escorre entre os dedos ou partes íntimas?
4) Uma franja de contas cortina ou revela os mistérios do limão?
5) O verde foi aplaudido quando resolveu dançar?
Otto:
1) De um horizonte lindo e luminoso...
2) Líquido quando a gente aperta . Lacrimoso no olho ..
3) Como o sujo falando do mal lavado . Como tudo que me deixa avexado
4) Embalado pelo álcool o limão e a franja de contas eu continuo embebido pela ambiguidade e os mistérios e sons. Caipirinado.
5) Dançou nas pontas e bicos dos lábios e n própria dor. O verde era mágico.
Otto: Voar ou mergulhar nas profundezas da cabeça do poeta, que chora quando quer sorrir?
Curumin: Prefiro caminhar dentro dessa floresta em busca da esfinge pineal. E qdo ela me fizer a fatídica pergunta, chorando e sorrindo vou pedir “devora-me!”.