Após dois álbuns com bases de rock, U2 deve voltar a fazer música eletrônica, gênero marcante na carreira da banda nos anos 90
Em conversa com o jornal britânico The Independent nesta segunda-feira, 3, o líder do U2 Bono Vox falou sobre a gravação do novo álbum de sua banda, ainda sem nome definido. O vocalista disse que a sonoridade vai causar estranhamento nos fãs, principalmente por influências de "trance africano".
Bono contou que a banda começou a trabalhar no álbum ainda em 2006, quando visitou uma cerimônia religiosa no Marrocos. O grupo e seus produtores, Brian Eno e Daniel Lanois, ficaram empolgados com o ritual, e fizeram um dia de gravações no país.
Para ele, o ritual na cidade de Fez rendeu bons frutos: "É chocante ouvir aquelas pessoas de olhos fechados cantarem as mais sofisticadas melodias durante quarenta minutos. Gravamos durante o dia e depois desaparecemos nas ruas durante a noite. Foi uma experiência inspiradora e um paraíso de baterias".
O irlandês não disse claramente o quanto as gravações no Marrocos estarão presentes na sonoridade do novo disco, mas deu pistas: "Normalmente, quando uma música do U2 toca nas pistas de dança, elas esvaziam. Pode não ser verdade desta vez. Há influências de trance. Mas há guitarras hard core, cortesia de The Edge".
Bono Vox está confiante na volta da música eletrônica, que passou boa parte da década de 90 (principalmente nos discos Zooropa e Pop) experimentando o estilo: "É algo que nunca fizemos antes, e acho que não vai soar como algo que outras pessoas já tenham feito".
As gravações do novo disco acontecem num estúdio no sul da França. Ao que tudo indica, os fãs vão ouvir algo completamente diferente do rock ´n roll dos discos All That You Can't Leave Behind (2000) e How to Dismantle an Atomic Bomb (2004).