"Muitas pessoas que não conheciam o problema ficaram sabendo disso", disse Yekaterina Samutsevich sobre a relação entre o governo russo e a igreja
A integrante do Pussy Riot Yekaterina Samutsevich marcou o aniversário do famoso protesto do grupo em uma catedral de Moscou dizendo à agência Associated Press que “não se arrepende da performance”. Embora Samutsevich e duas companheiras de banda tenham sido presas, ela diz que a ação delas criou consciência na Rússia de quão próximos são governo e igreja ortodoxa.
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"Muitas pessoas que não conheciam o problema ficaram sabendo disso: do problema na nossa sociedade, na igreja russa", ela disse.
Samutsevich, Nadezhda Tolokonnikova e Maria Alekhina fizeram um protesto com uma "oração punk", no ano passado, contra o presidente russo Vladimir Putin, quando ele entrava em campanha para a reeleição. Todas as três foram presas sob acusações de vandalismo e, depois de serem levadas a um julgamento amplamente ridicularizado como um show político, elas foram sentenciadas a dois anos de prisão.
Com um recurso, Samutsevich foi libertada em outubro, mas o apelo de Alekhina de adiar a sentença para poder cuidar do filho de cinco anos foi negado em janeiro. A Rússia, mês passado, também baniu as imagens da performance do grupo. O Pussy Riot alega que a o alvo não era a religião, mas sim expressar as suas preocupações com as conexões entre a igreja e o governo do país.
Embora Samutsevich esteja orgulhosa do que conseguiu o Pussy Riot, ela disse que, em retrospectiva, "deveria ter pensado melhor em uma defesa jurídica".
O grupo é o tema do novo documentário Pussy Riot: A Punk Prayer, que estreou mês passado, no Festival Sundance de Cinema, nos Estados Unidos.