História sobre o sequestro de 140 meninas de Uganda era mais uma daquelas a "passar virtualmente despercebida pela mídia ocidental", diz a atriz
Uma Thurman fará o papel de uma freira que vai ao socorro de 140 meninas sequestradas em Uganda no drama indie Girl Soldier (garota soldado), informou o site da revista Variety. E o novo projeto parece ser questão de honra para a atriz norte-americana. "Este é um filme que tinha de ser feito", ela disse. "Está além de mim entender por que, nos nossos tempos, a exploração de crianças-soldados passa virtualmente despercebida pela mídia ocidental."
O país africano foi dos que mais penou com as guerras civis que assolam o continente. De 1987 para cá, a contabilidade chega a milhares de mortos e mais de 2 milhões de desabrigados.
O filme será produzido pela Caspian Pictures, de Will Raee, também a cargo da direção do projeto. Raee - que em 2000 colaborou com o roteiro de uma cinebiografia de Marilyn Mansou, Desmistificando o Demônio - fundou a produtora no ano passado. A proposta é fazer filmes socialmente engajados e, ao mesmo tempo, comercialmente viáveis, com apelo ao grande público.
O roteiro foi escrito por Stephanie Pinola e Karen Croner. Enquanto a primeira faz sua estreia no ofício, Croner acumulou experiência com Um Amor Verdadeiro (1998), com Meryl Streep e Renée Zellweger no elenco.
Baseada no livro Stolen Angels, da jornalista canadense Kathy Cook, a história foca em um ataque de 1996 a um internato em Uganda. Na ocasião, um grupo da facção rebelde ao governo sequestrou estudantes, com o alegado objetivo de transformá-las em soldados e escravas sexuais.
Thurman será a Irmã Caroline, professora da instituição que seguiu o rastro dos sequestradores até chegar ao cativeiro. Uma vez lá, a freira conseguiu retornar com 110 garotas. Não desistiu e, nos próximos anos, liderou cruzada para resgatar as alunas restantes, além de outros jovens sob poder do grupo. Para tanto, mobilizou pais, governo e a Organização das Nações Unidas.