Atriz premiada por Boyhood foi uma das convidadas da IV Conferência Mundial Sobre a Mulher, em Pequim
Patricia Arquette, vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2015 por Boyhood, repetiu o discurso em defesa dos direitos da mulher proferido após receber a estatueta da Academia, em fevereiro deste ano, desta vez, em um evento da ONU.
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A norte-americana de 46 anos esteve em Pequim nesta terça-feira, 10, para o aniversário de 20 anos da IV Conferência Mundial Sobre a Mulher e encerrou as assembleia falando ao público sobre a realidade das diferenças de gêneros nos Estados Unidos.
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“Mulheres ganham menos do que homens pelo mesmo trabalho em praticamente todas as profissões e indústrias, de posições mais baixas até altos cargos, não importa se você tem um diploma escolar ou um PhD. É traiçoeiro, devastador... Se isso continuar, teremos que esperar até 2058 para ter igualdade de gênero nos Estados Unidos”.
Oscar 2015: com discurso feminista, Patricia Arquette recebe prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante.
Patricia lembrou ainda que “a luta é mais opressiva” para mulheres negras e para a comunidade LGBT, e que o problema contribui para a violência doméstica, já que muitas mulheres não podem ser economicamente independentes.
“Isso é 2015, não 1915! Empregadores, sejam líderes da indústria. Juntem-se a nós trazendo a mudança. Paguem de acordo com mérito e sejam transparentes sobre o que guia as decisões salariais. Legisladores, pagamento igual não é uma causa radical!”, continuou.
No papel em Boyhood, a atriz interpreta justamente uma mãe que supera dificuldades econômicas para criar dois filhos e superar a ausência do pai.
Durante o Oscar, ela se emocionou ao citar a causa feminista e arrancou aplausos do público, especialmente da premiadíssima Meryl Streep, que também concorria ao prêmio por Caminhos da Floresta.
Além de Patricia, compareceram e se apresentaram na assembleia da ONU, em Pequim, as cantoras Chaka Khan, Jill Scott, Les Nubians e Melanie Fiona.