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“A venda de discos não funciona mais”, diz guitarrista do Linkin Park

A banda comemora 1 bilhão de visualizações no YouTube com quatro shows no Brasil

Pedro Antunes Publicado em 06/10/2012, às 13h38

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linkin Park - AP
linkin Park - AP

O século 21 chegou e estabeleceu uma nova ordem no universo fonográfico. A modernidade estabeleceu novos parâmetros e novas quantificações. A venda de discos despencou na velocidade de um download. E, crescendo nesta nova tendência, a banda norte-americana Linkin Park desponta como grande fortaleza roqueira imune a bordoadas, ataques e queda nas vendagens físicas. Em 21 de setembro, eles se transformaram na primeira banda a alcançar a marca de 1 bilhão de visualizações no YouTube - no pop, artistas solo como Lady Gaga, Rihanna e Justin Bieber também alcançaram a marca.

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Não que o grupo, que faz quatro shows no Brasil (veja abaixo) a partir deste sábado, 6, tenha passado imune às quedas nas vendagens. Os números físicos não mentem: Hybrid Theory, lançado em 2000, vendeu 10 milhões de cópias ao redor do mundo, enquanto A Thousand Suns, de 2010, chegou a um ínfimo 1,7 milhão.

Independentemente da qualidade das canções presentes em cada disco, a queda tão grande mostra como a indústria mudou. Principalmente por isso que para o quinto e último disco, Living Things, lançado em junho deste ano, é totalmente descompromissado em buscar sonoridades diferentes. “Nesses novos tempos, as pessoas ainda estão procurando novos termômetros”, diz o guitarrista da banda Brad Delson, por telefone, à Rolling Stone Brasil. “A venda de discos não funciona mais. A cultura popular tem outros parâmetros agora. Para nós sempre foi a internet. Tentamos sempre nos adaptar aos fãs e fazer o melhor para a nossa arte”, completa.

Para ele, o impacto de redes sociais como o Facebook e o Twitter foi violento na forma como as bandas se relacionam com o público. Um anúncio na página da banda na rede social de Mark Zuckerberg atinge mais de 45 milhões de fãs instantaneamente. “O impacto é enorme. E o YouTube também. Tentamos é fazer a melhor música possível e dividi-la com as pessoas”, argumenta Brad.

Mas qual é o sentido de tudo isso? A conectividade tem um sentido maior, que o Linkin Park faça shows empolgantes e encontre, a cada apresentação, um público com as letras na ponta da língua. Do Brasil, Brad tem ótimas lembranças. Esta é a terceira passagem por aqui e, como já mostrado em 2004, num show para o 70 mil pessoas no Estádio Morumbi, em São Paulo, ou na fria última noite do festival SWU, em Itu, em 2010, a plateia sabe responder ainda mais alto que as guitarras e os berros do vocalista Chester Bennington. “Acho que aquele primeiro show, em 2004, foi o nosso maior público”, diz o guitarrista. “Nunca tocamos tantas vezes assim no Brasil em uma só turnê. Estou realmente ansioso para chegar logo”.

O Linkin Park pode ser considerado a última grande banda de rock da geração da MTV. Com clipes sempre bem montados, com roteiros divertidos e cheios de efeitos especiais, eles cativaram adolescentes unindo o rap às guitarras distorcidas, os ferozes gritos das dores jovens de Bennington às palavras engajadas de Mike Shinoda.

Para uma banda como o Linkin Park, o que é mais importante: os dois Grammys que eles já faturados ou ser o primeiro grupo de rock a ter mais de 1 bilhão de visualizações no YouTube? Brad para e pensa alguns segundos. “Sabe, é surreal, na verdade. Não sei quanto é 1 bilhão”, brinca. “Tudo o que você está mencionando é incrível porque, de alguma forma, mostra as pessoas conectadas com o que estamos fazendo. Acho que a única coisa que controlamos é a nossa música. Depois que divulgamos, ela sai do nosso controle, as pessoas podem gostar ou odiar. Quando estamos no estúdio tentamos colocar vendas nos nossos olhos e fugir do mundo. Não pensamos no que vai fazer sucesso ou não. Pensamos em qual é a melhor canção que podemos fazer”.

Brad sabe e entende que o Linkin Park foi transformando sua sonoridade até o penúltimo disco, quando a reviravolta foi maior. Mas, para ele, era uma questão de “estabelecer o estilo da banda”. “Não fugimos de nada [com A Thousand Suns]. Mas nos sentimos confortáveis em experimentar, ver tudo o que podemos fazer." No novo álbum, Living Things, que vem com a produção da lenda vida Rick Rubin (Metallica, Red Hot Chilli Peppers, Audioslave, System of a Down, Beastie Boys), a banda faz uma curva fechada e volta à direção certa. E pronta para o próximo bilhão?

07/10 – São Paulo – Anhembi

08/10 – Rio de Janeiro – Citibank Hall Rio

10/10 – Rio de Janeiro – Citibank Hall Rio

12/10 – Porto Alegre – Gigantinho