Viola Davis estrelou como uma das empregadas domésticas que ajuda a jornalista Skeeter a escrever um livro em Histórias Cruzadas
Viola Davis, atriz e ativista do movimento anti-racismo, arrepende-se do papel em Histórias Cruzadas (2011). No filme, interpreta Aibileen Clark, uma das duas empregadas domésticas negras que conversam com a jornalista Skeeter (Emma Stone) para ela criar um livro de relatos.
“Não muitas narrativas também investem na nossa humanidade,” explicou Davis em uma entrevista para Vanity Fair em 2015. “São criadas na ideia do que significa ser negro, mas… Tão falando com um público branco.”
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“O público branco pode, no máximo, sentar e receber uma lição acadêmica sobre quem somos. Então, saem do cinema e conversam sobre o que aquilo significa. Não ficam tocados por nós.”
Davis continua o desabafo: “Não existe ninguém que não se entretenha com Histórias Cruzadas. Mas parte de mim sente que me traí, e ao meu povo, porque estava num filme que não estava pronto para contar a verdade completa.”
Para Viola Davis, o filme serviu, acima de tudo, para enfatizar o “racismo sistemático” - principalmente por afastar a história das pessoas negras do protagonismo.
Isso também se reflete diretamente na máquina de Hollywood. Davis aceitou o papel, pois explicou que, para atrizes negras, é muito mais difícil ter “oportunidades para trazer pessoas negras, desconhecidas, para o estrelato.” Viu, nesse filme, oportunidades para outras pessoas.
Mas não vê isso acontecendo com atrizes brancas. “Pessoas fabulosas como Emma Stone, Reese Witherspoon e Kristen Stewart tiveram um papel ótimo para cada fase da vida delas, e isso as levou para o lugar que estão agora. Mas não podemos dizer isso para muitos atores de cor.”