Cantor e compositor foi uma das atrações do Theatro Municipal neste domingo, 19
Apoiado por uma parte da banda Tono, liderada por Bem Gil, Jorge Mautner subiu ao palco do Theatro Municipal pontualmente ao meio-dia para mostrar o repertório do disco homônimo lançado em 1974. Como acontece em todo show de Mautner, o discurso sempre precede a música, e não foi diferente desta vez. O cantor e compositor aproveitou para divulgar o seu portal na internet, o panfletosdanovaera.com.br, e em seguida apresentou a banda. O show propriamente começou com a canção "Pipoca à Meia-Noite", emendada a "Cinco Bombas Atômicas".
Dando vazão mais uma vez aos seus discursos cheios de paradoxos, Mautner discorreu um pouco sobre filosofia, caos e futurismo. Depois, veio "Samba dos Animais", encerrada com um discurso sobre o samba e histórias de passagens pitorescas da vida de Clementina de Jesus, Cartola e Noel Rosa. Lembrando o parceiro Nelson Jacobina, morto recentemente, cantou "Herói das Estrelas" e "Matemática do Desejo" com um arranjo que lembrou um samba a la Adoniran Barbosa. Mautner aproveitou, então, para fazer uma apreciação sobre o que ele chama de "TV do futuro". Segundo Mautner, ela será holográfica – brincando, ele ainda profetizou que essa TV terá uma máquina de orgasmo acoplada e será possível "sentir o cheiro de Ivete Sangalo na sala". "Rock da TV", a canção seguinte, foi cantada por Bem Gil.
Preocupado com o tempo restante de show e querendo saber se ainda poderia continuar no palco, cantou "O Relógio Quebrou" e "Salto no Escuro". O baixista Bruno Di Lullo fez o solo de "Nababo E" e Bem Gil mais uma tomou a frente em "Um Milhão de Pequenos Raios". Para o encerramento, Mautner guardou sua canção mais conhecida, "Maracatu Atômico", e "Guzzi Muzzi", já no bis.