A banda recriou no palco do Theatro Municipal o repertório de Matança do Porco e músicas de discos anteriores
O Som Imaginário, formado em 1970 para acompanhar Milton Nascimento, é a única banda brasileira que soube unir com maestria temas complexos que fundem rock progressivo, jazz, MPB tradicional e até música erudita. Com três discos lançados, a banda teve diversas formações, sempre com Wagner Tiso à frente. Por ela passaram Zé Rodrix, Naná Vasconcelos, Toninho Horta e Frederico, entre outros. A formação atual conta com Tiso (piano), Nivaldo Ornelas (sax), Luiz Alves (baixo), Tavito (guitarra), Robertinho Silva (bateria) e Victor Biglione assumindo o lugar que já foi de Frederico.
Esta apresentação trouxe o repertório completo de Matança do Porco (o último disco lançado pela banda, em 1973) e algumas dos dois discos anteriores, acrescidas de “Vera Cruz”, “Canto Latino”, “Tarde” e “Milagre dos Peixes”, entre outras que ficaram conhecidas na voz de Milton Nascimento.
Em certo momento do show, Wagner lembrou que, no ano de 1974, neste mesmo teatro, a banda acompanhou Milton Nascimento na gravação de Milagre dos Peixes ao Vivo. E recordou, com certa saudade, os antigos componentes da banda, lembrando os nomes de um a um. Tavito aproveitou para homenagear Zé Rodrix cantando “Casa no Campo”.
O que ficou de marcante neste show é a incrível contribuição que a guitarra de Victor Biglione veio dar à sonoridade da banda. E nos bastidores se informava que a partir de agora Biglione passa a ser um músico fixo do grupo.
O show, certamente um dos mais impactantes desta edição da Virada Cultural, foi encerrado com “Feira Moderna”, de Beto Guedes, Lô Borges e Fernando Brant, também cantada por Tavito. O Som Imginário defendeu a música no Festival Internacional da Canção de 1970, e com ela "não ganharam nada", nas palavras do intérprete.