Músico comprovou que Caetano é uma das suas mais fortes referências
Nas redes sociais existe um perfil denominado “Queremos Transa do Caetano ao Vivo”. Sabe-se que Caetano até achou simpática a ideia, mas se recusou a encarar a empreitada de recriar nos palcos o disco, gravado no exílio em Londres em 1971, lançado em 1972 no Brasil e classificado em décimo lugar no ranking de melhores álbuns da música brasileira da Rolling Stone Brasil. Segundo o cantor e compositor, não seria possível levar adiante o show porque Moacir Albuquerque, um dos que participaram do registro ao lado de Jards Macalé, Áureo de Souza e Tutty Moreno, já morreu. Para os fãs, ficou uma lacuna, agora preenchida por Romulo Fróes, que já havia topado o desafio anteriormente e reprisou o show no palco Rio Branco. Para tal, Fróes montou uma banda que deu uma sonoridade mais variada que as gravações originais de Caetano Veloso, com Curumin na bateria, Rodrigo Campos no cavaquinho/guitarra, Kiko Dinucci na guitarra, Thiago França no sax/flauta e Marcelo Cabral no baixo.
Fróes, ao violão, optou por recriar o disco na sequência em que foi gravado, respeitando os lados A e B. Começou com “You Don’t Know Me” em uma versão mais rock, depois “Nine of Ten” e “Triste Bahia”, uma das mais aplaudidas e cantadas pelo público, momento em que se destacou a flauta tocada por Thiago França. Realçando que estava finalizando o lado A, Rômulo falou do desafio e da responsabilidade que foi topar levar o disco ao palco.
“It’s a Long Way”, a primeira do lado B do vinil, também ganhou versão mais pesada, cantada em tom grave pelo músico, que não se arriscou nos agudos que Caetano registrou. Logo em seguida veio “Mora na Filosofia” (Monsueto de Menezes), inicialmente mais rápida, mas que aos poucos foi se transformando no blues-canção do disco. “Neolithic Man” e “Nostalgia (That's What Rock’n’roll Is All About)” encerraram a apresentação de 50 minutos. O público até pediu bis, mas como Transa estava completo, deu-se por satisfeito.