Na espera em frente ao Theatro Municipal perguntava-se se "Amado Batista" se apresentaria no local
Apesar da importância e relevância que tem para a música brasileira, Arnaldo Baptista foi confundido com Amado Batista por algumas das milhares de pessoas que lotavam a praça do Theatro Municipal à espera dos shows que ali se realizariam. Isso partia de pessoas desavisadas ou mesmo de fãs de Angela Maria e Cauby Peixoto, atrações seguintes, e talvez ignorassem a revolução sonora que os Mutantes, da qual Arnaldo fez parte, protagonizou nos idos da década de 60.
O show de Arnaldo, de nome Sarau o Benedito?, começou pontualmente às 19 horas e durou apenas 40 minutos. O palco coberto de flores tinha só um piano de cauda como instrumento e um telão que projetava desenhos do próprio Arnaldo, que também pe artista plástico. O público era composto de fãs confessos da obra dos Mutantes e dos discos que Arnaldo gravou como artista solo.
Ele começou tocando "Cê Tá Pensando que Eu Sou Loki?", que repetiria mais duas vezes, quase como vinheta. Depois seguiu com "Balada do Louco", depois alguns acordes e versos de "Blowin' In The Wind", "Rocket Man","Down By the Riverside", "Meu Limão, Meu Limoeiro", alguma coisa em francês que lembrava Charles Aznavour e encerrou com "Stella by Starlight". Todas estas canções foram interpretadas no mais absoluto nonsense, como se Arnaldo estivesse tocando em seu quarto. Ele próprio só parecia lembrar que estava no Theatro Municipal quando era aplaudido. Nessas horas, ele se comportava docemente como uma criança pega em traquinagens e agradecia fazendo caretas. Talvez Arnaldo esteja, neste momento, fazendo da sua música a sua própria terapia.
Horas mais tarde, Os Mutantes, capitaneado por Sérgio Dias, irmão de Arnaldo, fez show na Virada. Clique aqui para saber como foi.