Blitz mostrou muitos hits antigos, mas também aproveitou para revelar faixas inéditas
"Hoje nós mostramos que a música brasileira tem muita qualidade", exaltou Evandro Mesquita ao fim da apresentação da Blitz no palco Júlio Prestes da Virada Cultural. Ele apenas esqueceu de inserir no contexto da frase que a música brasileira a qual se referia era a produzida nos anos 80. Isso porque na quase mais de uma hora em que sua banda esteve no palco, e com exceção de algumas faixas inéditas deles, o que mais se ouviu foram os hits produzidos naquela década.
Com um atraso de aproximadamente 20 minutos que ameaçou impacientar o público, Evandro Mesquita entrou no palco simulando um efeito de câmera lenta e mandou os primeiros versos de "Vai, Vai, Love", do debute As Aventuras da Blitz 1, lançado no longínquo ano de 1982. "Weekend" e "Betty Frígida", do segundo álbum Rádio Atividade (1983), prepararam o terreno para o primeiro momento de comoção coletiva, promovido pelo hit "Mais Uma de Amor (Geme Geme)". A música foi cantada em uníssono por senhores e senhoras com respeitáveis décadas nas costas e jovens que sequer haviam nascido quando ela atropelou as paradas de sucesso no começo da década de 80.
Com a plateia no bolso, Evandro aproveitou para mostrar uma composição recente chamada "Voo Cego", feita em parceria com o cantor e compositor Leoni. E ainda mostrou muita inteligência (ou seria oportunismo?) ao explorar a memória afetiva do público incorporando ao repertório outros hits oitentistas, como "Óculos", dos Paralamas do Sucesso, "Sonífera Ilha", dos Titãs, "Bete Balanço", do Barão Vermelho, e "Perdidos na Selva", da Gang 90. "Você Não Soube Me Amar" finalizou o baile "Ploc 80" improvisado pela Blitz, deixando o público nostálgico mais do que satisfeito.