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Woody Allen afirma que poderia ser “garoto propaganda” do movimento #MeToo

Em entrevista, diretor diz ser incentivador do movimento e nunca ter agido de maneira imprópria

Redação Publicado em 06/06/2018, às 17h24 - Atualizado em 11/06/2018, às 09h15

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Woody Allen - Barry Brecheisen/AP
Woody Allen - Barry Brecheisen/AP

O diretor Woody Allen está novamente envolvido em polêmicas. Desta vez, em uma entrevista a um programa argentino chamado Periodismo Para Todos, o notório cineasta disse que deveria ser o “garoto propaganda” do movimento feminista #MeToo, criado após inúmeras acusações de assédios e estupros que acontecem dentro de Hollywood.

“Sou um grande incentivador do #MeToo”, afirmou Allen, durante a entrevista. “Eu deveria ser garoto propaganda do movimento, porque faço filmes há 50 anos, trabalhei com centenas de atrizes e nenhuma – famosa ou aspirante – jamais sugeriu que eu tenha agido de maneira imprópria.”

Allen ainda admitiu ficar chateado por ter o nome associado ao de Harvey Weinstein, acusado de assediar e estuprar centenas mulheres: “Eu acho que ser acusado de forma injusta é muito triste. Me incomoda muito que eu esteja sendo ligado a alguém que foi acusado por 20, 50, 100 mulheres – enquanto eu, que fui acusado por uma mulher, em uma audiência de custódia que já foi analisada e negada, apareço ao lado dessas pessoas”. Woody Allen foi acusado, em 1992, de ter molestado a filha adotiva Dylan Farrow, quando ela tinha apenas sete anos. Weinstein foi denunciado por uma série de reportagens feitas pelo jornalista Ronan Farrow, filho biológico de Woody Allen com Mia Farrow, e irmão de Dylan.

Quando perguntado se o diretor era culpado pela acusação de assédio, ele foi categórico ao negar: “Claro que não, isso tudo é loucura. Isso vem sendo analisado há 25 anos por autoridades e todas chegaram à conclusão de não é verdade.”

Enquanto o caso de Harvey Weinstein conta com quase nenhum defensor, Woody Allen ainda divide o mundo cinematográfico. Diversos artistas já disseram se arrepender por trabalhar com o diretor, como Mira Sorvino, que ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante por Poderosa Afrodite (1996), e Greta Gerwig, que atou no longa de 2012, Para Roma com Amor. Em contrapartida, alguns atores defendem o cineasta e dizem acreditar em sua inocência, como o ator Alec Baldwin. Ele afirmou no Twitter que a renúncia ao diretor é “injusta e triste”, acrescentando que trabalhar com Woody Allen foi “um dos privilégios da minha carreira”. Diane Keaton, que atuou em vários títulos do cineasta, e chegou a ganhar o Oscar pelo filme Noivo Nervoso, Noiva Neurótica, de 1977, defendeu Allen e saiu em defesa do amigo de longa data: ela publicou uma série de tuítes dizendo que eles são amigos e que ela continuará acreditando nele.