Woody Allen é um dos entrevistados da nova temporada do Conversa com Bial
O cineasta Woody Allen, de 85 anos, comentou sobre os diferentes títulos que seus filmes recebem em outros países e, ao saber de alguns títulos traduzidos para o Brasil, disse que são "terríveis", "sem charme" e "sem imaginação".
"Sempre quero que os títulos sejam iguais aos que dou. Alguns países dão os mesmos, mas outros me ligam e dizem: 'Isso não faz sentido aqui', então dão outros títulos. Geralmente, não gosto dos títulos que outros países dão aos meus filmes", disse Woody Allen em prévia da entrevista ao Conversa com Bial, que vai ao ar na madrugada desta terça, 9, na TV Globo.
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Ao ouvir do apresentador Pedro Bial que um de seus clássicos, Annie Hall (1977), ganhou o nome de Noivo Neurótico, Noiva Nervosa no Brasil, o cineasta faz cara de desapontado e, em poucas palavras, diz: "Infelizmente, é um título terrível".
Para Take The Money and Run (1969) [Pegue o Dinheiro e Corra], que em nosso país ganhou o título de Um Ladrão Muito Atrapalhado, Woody Allen comenta: "'O título original é divertido na Inglaterra e nos EUA, mas Um Ladrão Muito Atrapalhado não mostra nenhuma imaginação, porque já diz o que o personagem é. Se eu desse esse nome nos EUA, as pessoas ainda iriam assistir, mas é um título sem charme".
Em Love and Death (1975) [Amor e Morte], que se tornou A Última Noite de Boris Grushenko, o cineasta diz: "Esse título também foi usado em alguns lugares da Europa. Para mim, Love and Death é muito melhor. Nesses países, eles não pensaram o mesmo que eu, acharam que as pessoas não iriam assistir e mudaram".
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Ainda sobre o assunto, Woody Allen explica: "O que eu posso fazer? [Não adianta] Se eu der um título e ninguém no Brasil fizer ideia do que estou falando. Então, os títulos são alterados em outros países".
Ele continua: "Algumas distribuidoras mudam os títulos de forma sofisticada. Outras mudam para tentar chegar ao título mais comercial e lucrativo que podem, mas não posso fazer nada quanto a isso".
"Eu sempre brigo pelos títulos e pelos trailers. Você deveria ver alguns dos trailers que fazem em países como o Japão, lançando o filme com os piores anúncios que já vi. Eu fico constrangido de isso representar meus filmes, mas eles sabem o que é melhor no país deles", finalizou Woody Allen a Pedro Bial.
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Na entrevista, assuntos como a pandemia, carreira, livro autobiográfico e as acusações de abusos feitos por Woody Allen serão abordados.
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+++ PAI EM DOBRO | ENTREVISTA | ROLLING STONE BRASIL