Trio norte-americano veterano do indie se apresentou no palco Ar nesta segunda, 11
A atração norte-americana Yo La Tengo se apresentou na segunda, 11, no último dia do SWU Music & Arts Festival, com uma performance que durou aproximadamente 40 minutos. Foi curta para abranger os mais de 20 anos de carreira e seus 12 álbuns, mas conseguiu mostrar um pouco do que esse trio veterano da música indie já realizou.
Pela falta de animação de parte da massa presente - que era expressiva se considerada a média para este horário das 17h - ficou claro que boa parte dos presentes caiu de paraquedas no show do trio e estava lá somente para garantir um bom lugar para ver a atração seguinte do palco Ar, o Avenged Sevenfold. Mas os reais fãs da banda estavam bem representados, todos esmagados na porção fronteira das suas pistas, comum e premium, alguns empunhando até cartazes com dizeres de "Amamos vocês".
O show começou ao som de "From a Motel 6" sob gritos vindos do gargarejo. Uma parte maior do público se empolgou quando começou a terceira faixa, "Periodically Double or Triple", mas ele só foi esquentar mesmo com a quarta música, a noventista "Autumn Sweater", integrante do álbum I Can Hear the Heart Beating as One, um dos mais populares já gravados pelo grupo.
A animada "Nothing to Hide" proporcionou um dos momentos mais empolgantes - mesmo para aqueles que estavam com cara de "peixe fora d'água", até então, dançaram com ela. Quando a penúltima canção foi executada, "Sugarcube", a plateia já parecia estar um pouco mais interessada.
Mas foi durante os últimos 15 minutos, com "Pass the Hatchet, I Think I'm Godkind", que o Yo La Tengo justificou todos os elogios que sempre recebeu da crítica. O vocalista e guitarrista Ira Kaplan mostrou-se um homem de poucas palavras, não se comunicou com o público ao longo da performance. Contudo, foi mostrando cada vez mais uma relação muito próxima com sua guitarra. Ele a dedilhava ao mesmo tempo que a conduzia como uma parceira de dança, de forma que a dupla bailava ao som que ela mesma estava produzindo. Neste barulhento final, ele levou essa coreografia ao extremo da movimentação corporal que é permitida sem que fique impossível continuar tocando: abaixava, levantava, virava o pobre instrumento de cabeça para baixo e ele quase despencou de seus braços várias vezes. Ele só parou de judiar dele quando todas as cordas estavam arrebentadas - aí o abandonou em um canto, pegou outra guitarra e começou tudo de novo com a substituta, que teve mais sorte e conseguiu manter sua integridade física até o fim da impressionante piração artística. Ira provou que tem fôlego de moleque, mas terminou essa demonstração de talento e técnica com o rosto exibindo o mesmo tom de vermelho da sua guitarra.
Confira abaixo, em vídeos, entrevista concedida por Ira à Rolling Stone Brasil.
Ira Kaplan fala sobre a experiência de tocar no SWU e da diferença para os shows pequenos:
Ira Kaplan fala sobre a diferença, especialmente no setlist, quando se apresentam em um grande festival como o SWU
Ira Kaplan fala sobre o "estigma" de banda indie