Apesar de fazer diversos ataques a Coronavac, o presidente Jair Bolsonaro elogiou parceria com a China durante reunião virtual dos BRICS
Após fazer diversos ataques à vacina Coronavac, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) elogiou a “parceria” entre Brasil e China nesta quinta, 9, durante reunião virtual dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Segundo reportagem do Estadão, durante a declaração na reunião virtual, Bolsonaro citou a importância da parceria com o país asiático, e comentou que “parcela expressiva” das vacinas brasileiras é originária de insumos da China.
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Ao se dirigir ao presidente chinês Xi Jinping, Bolsonaro lamentou terem se reunido apenas uma vez desde o início do mandato, em 2018. Em seguida, afirmou: "A parceria se tem mostrado essencial para a gestão adequada da pandemia do Brasil."
Apesar de elogiar a “parceria” no combate à pandemia, Bolsonaro protagonizou diversos momentos de ataques à vacina Coronavac, a qual é produzida pelo Instituto Butantan com os insumos enviados pela China.
Defendida pelo governador de São Paulo João Doria (PSDB), a Coronavac foi posta em dúvida diversos momentos pelo presidente Jair Bolsonaro. Em junho de 2021, por exemplo, o presidente afirmou que o imunizante não teria “comprovação científica”.
A fala de Bolsonaro não é verídica, conforme explicou o Estadão. A vacina Coronavac recebeu o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após ter sido aprovada em diversos testes.
No entanto, Bolsonaro continua a duvidar da eficácia do imunizante. Em agosto de 2021, o presidente afirmou erroneamente que quem tomou a Coronavac “está morrendo” — o que não é o caso.
Na época, Bolsonaro afirmou: "Olha o que está acontecendo com a Coronavac, ninguém tem coragem de falar. Gente que tomou as duas doses, foi infectada e está morrendo. Por que ela está morrendo? Porque acreditou nas palavras do governador de São Paulo que disse que quem tomasse as duas doses da Coronavac e for infectado jamais morrerá e a pessoa fica em casa, achando que tomou as duas doses e não vai morrer, e acaba morrendo."
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Conforme explicou a Folha de S. Paulo, a Coronavac, assim como outros imunizantes contra a covid-19, não tem 100% de eficácia. A proteção maior da Coronavac é contra casos graves, hospitalizações e mortes, mas indivíduos imunizados também podem adoecer e falecer pela doença. O principal ponto é que a frequência de casos graves ou mortes pela doença é muito menor quando as pessoas foram vacinadas.