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Celebridades receberam R$ 4,3 milhões para fazer propaganda para Bolsonaro; entenda

Segundo o The Intercept Brasil, Simone e Simaria, Ana Hickmann e outras celebridades foram pagas para fazerem campanhas publicitárias para o governo

Redação Publicado em 12/08/2021, às 10h51

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Bolsonaro de máscara olha para o lado (Foto: Andre Coelho/Getty Images)
Bolsonaro de máscara olha para o lado (Foto: Andre Coelho/Getty Images)

O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) pagou ao menos R$ 4,3 milhões para celebridades fazerem propaganda para a gestão. Segundo informações do The Intercept Brasil, Simone e Simaria, Ana Hickmann e Datena estariam entre os que fizeram campanhas publicitárias.

Segundo a reportagem, os gastos aconteceram entre 2019 e 2020 e foram direcionados a emissoras simpáticas ao governo, como Band, Record, SBT e RedeTV! As informações foram obtidas por meio de notas fiscais da Secom, a Secretaria de Comunicação Especial da Presidência, entregues à CPI da Covid.

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As campanhas publicitárias bancadas promoviam o governo Bolsonaro em diversas frentes. A gestão do presidente gastou cerca de R$ 72 mil para Ana Hickmann fazer propaganda sobre a cédula de R$200 no programa Hoje Em Dia, por exemplo. Já Simone e Simaria receberam R$ 1 milhão para falar sobre o Combate à Violência Contra a Mulher.

Ações que promoviam o tratamento precoce, sem eficácia comprovada contra a covid-19, também foram realizadas. As notas fiscais analisadas apontam para R$ 746 mil direcionados ao cachê das celebridades envolvidas na campanha sobre “cuidado precoce” - nome utilizado pelo governo para propaganda do tratamento precoce com cloroquina e outros remédios ineficazes. R$ 352,6 mil foram para influencers e R$ 247,2 mil para radialistas.

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Além de promoverem o governo de Bolsonaro em publicidade, as emissoras também o receberam o presidente para entrevistas exclusivas. O The Intercept cita alguns programas, como os de Datena, na Band, e de Sikêra Júnior, na Rede TV!.

Ao todo, 263 notas fiscais da Secom atestavam “pagamento de cachê” e somavam mais de R$ 4,8 milhões. O The Incerpect analisou 139, cujo valor total somava R$ 4,3 milhões. Segundo a reportagem, Rede Globo e afiliadas não participaram das ações para promover o governo federal.

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Segundo explicação da Secom em algumas notas fiscais, a prática do merchan é “a contratação deste formato de mídia, no qual se utiliza da imagem/credibilidade do apresentador para divulgar um produto, marca ou serviço, implica além do custo de veiculação, conforme práticas comerciais dos veículos de comunicação, pagamento de valores referentes a direitos autorais/correlatos/cachês, normalmente estabelecido pela determinação percentual sobre o valor de veiculação”.

O Intercept afirma que os pagamentos aconteceram de duas formas: diretamente ao CNPJ dos apresentadores, como Sikêra Júnior, Tino Júnior e Marcelo de Carvalho, ou por intermédio das emissoras, como Ana Hickmann, César Filho, Tino Júnior, Ticiane Pinheiro e Marcos Mion, Milton Neves, Datena e Catia Fonseca.

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